Documentos vazados mostram que Allan dos Santos divulgou número de Moraes em live

Diante da gravidade dos atos, foi emitida uma ordem para que o Instagram removesse o perfil usado por Allan para a transmissão em até duas horas

Por Plox

18/04/2024 16h30 - Atualizado há 13 dias

Em novembro de 2022, Allan dos Santos, conhecido por suas posições de extrema direita, obteve e divulgou o número de telefone do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais. O objetivo do blogueiro era intimidar o magistrado, que na época presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Esse episódio está detalhado em uma decisão do TSE, assinada pelo juiz auxiliar Marco Antonio Martin Vargas.

Foto: Alessandro Dantas / Agência Senado

A tentativa de contato não só expôs o ministro a mensagens ofensivas e ameaçadoras como também colocou em risco a segurança de sua família. Segundo a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, a ação de Allan foi uma clara tentativa de "transferir os ataques institucionais para a pessoa do ministro presidente", visando desestabilizar o processo eleitoral e incentivar protestos antidemocráticos.

Diante da gravidade dos atos, foi emitida uma ordem para que o Instagram removesse o perfil usado por Allan para a transmissão em até duas horas, sob pena de multa de R$ 150 mil. Similarmente, a plataforma X (anteriormente conhecida como Twitter) foi instruída a eliminar uma publicação que replicava os ataques.

O despacho revelou que Alexandre de Moraes era tanto o relator do processo quanto a parte interessada, indicando um possível conflito de interesse, embora o processo tenha sido conduzido por um de seus juízes auxiliares.

Essas informações foram parte dos documentos vazados por parlamentares do Partido Republicano dos EUA, evidenciando uma complexa trama de ataques e decisões judiciais. O STF, por sua vez, afirmou que todas as decisões são fundamentadas conforme a Constituição brasileira e que os afetados têm acesso completo às fundamentações, destacando que os documentos divulgados nos EUA eram apenas ofícios enviados às plataformas, e não as decisões judiciais propriamente ditas.

 

 

 


 

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