Apreensões frequentes de fuzis marcam o cenário de segurança no Rio em 2023

Análise mostra prevalência de armas dos EUA entre as confiscadas no estado

Por Plox

21/04/2024 11h28 - Atualizado há 12 dias

A Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ) tem demonstrado eficácia no combate ao armamento pesado utilizado por facções criminosas. No ano de 2023, foram apreendidos 492 fuzis, com um destaque preocupante para os 227 de fabricação americana, indicando que quase metade das armas retidas são originárias dos Estados Unidos. Este dado coloca em perspectiva a frequência de um fuzil americano sendo apreendido a cada dois dias no estado.

Foto: Reprodução/PRF
 

A capital do Rio e a região da Baixada Fluminense são as mais afetadas pelos confrontos armados e, consequentemente, onde ocorre a maior parte das apreensões. Segundo um levantamento da Subsecretaria de Inteligência da PMERJ, obtido exclusivamente pelo g1, essas áreas são palco constante de disputas territoriais entre diversas facções.

Desde 2019, a polícia estadual contabilizou a apreensão de 2.073 fuzis, com uma queda significativa durante os anos da pandemia, mas uma recuperação gradual nos números segue desde então. O ex-secretário da PM, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, em declaração ao g1, apontou que "as apreensões estão diretamente relacionadas às áreas onde há intensa disputa territorial entre facções rivais."

O 41º BPM (Irajá), responsável pelas áreas do Chapadão e da Pedreira, na Zona Norte da cidade, destacou-se com o maior número de apreensões. Já o 18º BPM (Jacarepaguá) foi cenário de significativos conflitos, especialmente com a escalada de violência promovida pelo Comando Vermelho, que vem tentando expandir seu domínio em áreas tradicionalmente controladas por milicianos.

 

Foto: Divulgação

Além das estatísticas gerais, a PM também chamou a atenção para os 13 fuzis decorados com um selo de caveira, reminiscente do personagem de quadrinhos Justiceiro. Essas armas, apesar de serem classificadas como "fakes" por não serem de uma marca reconhecida como a Colt, mantêm sua capacidade letal e são uma nova preocupação para as forças de segurança. A Polícia Civil e a Polícia Federal estão investigando a origem dessas armas, que podem ter chegado ao estado através de canais ilegais internacionais.

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