Brasil alcança recorde de resgates por trabalho escravo em 2023

Mais de 3 mil pessoas foram resgatadas em ações fiscalizadoras no último ano, marcando um aumento significativo em relação a anos anteriores

Por Plox

22/04/2024 11h58 - Atualizado há 11 dias

No decorrer de 2023, o Brasil testemunhou um número recorde de resgates de trabalhadores em condições análogas à escravidão, com 3.190 indivíduos libertados, o maior número registrado em um único ano desde 2013. Esta informação foi divulgada pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério do Trabalho e Emprego, evidenciando um esforço contínuo e crescente das autoridades no combate a essa prática ilegal.

Aumento nas ações e indenizações

No último ano, o montante pago em verbas rescisórias e salariais aos trabalhadores resgatados totalizou R$ 12.877.721,82, superando os R$ 10.451.795,38 pagos em 2022, quando 2.587 pessoas foram resgatadas em 531 operações de fiscalização. O aumento no número de ações e na quantia de indenizações reflete a intensificação das estratégias de combate ao trabalho escravo no país.

(DIVULGAÇÃO/SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO TRABALHO EM GOIÁS - ARQUIVO)

Perfil dos resgatados e distribuição regional

Segundo Izabela Vieira Luz, coordenadora nacional do Grupo de Trabalho de Combate à Escravidão Contemporânea, a maioria dos resgatados são homens, com idade entre 18 e 30 anos, que se autodeclaram negros. Esses indivíduos, muitos dos quais oriundos do Nordeste e com baixa escolaridade, se deslocam em busca de oportunidades de trabalho que infelizmente acabam por se revelar exploradoras.

O Sudeste liderou em número de ações e resgates, com 225 estabelecimentos fiscalizados e 1.153 trabalhadores libertados. O Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Norte também registraram números significativos de resgates, demonstrando que a problemática persiste em diversas regiões.

Como proceder em casos de suspeita

A legislação brasileira define e pune diversas formas de trabalho escravo contemporâneo, incluindo trabalho forçado, servidão por dívida, condições degradantes e jornada exaustiva. Para denunciar suspeitas de trabalho escravo, o público pode entrar em contato pelo Disque 100, serviço do governo federal, ou acessar o site do Ministério Público do Trabalho para mais informações e orientações sobre como proceder.

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