Uso de droga sintética pode estar relacionado a 14 mortes

Substância mortal em presídios de Minas Gerais

Por Plox

23/04/2024 08h19 - Atualizado há 10 dias

Nos últimos cinco meses, Minas Gerais registrou um alarmante número de mortes em suas penitenciárias, todas possivelmente ligadas ao uso de uma potente droga sintética, conhecida popularmente como "droga zumbi". O Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) está conduzindo investigações sobre esses óbitos, que ocorreram em duas prisões localizadas em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte.

(REPRODUÇÃO/RECORD MINAS)

O caso mais recente ocorreu na Penitenciária Antônio Dutra Ladeira, com a morte de Elias Martins da Silva, que faleceu após três dias de internação no Hospital São Judas Tadeu. Silva, segundo informações, sofreu uma overdose da droga K9, um dos tipos da família K de substâncias. Além deste caso, outras seis mortes nessa unidade foram reportadas desde dezembro de 2023. No Presídio Inspetor José Matinho Drumond, outras sete fatalidades estão sob investigação desde o mês passado.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) indicou que ainda aguarda laudos da perícia técnica para confirmar a relação das mortes com o consumo das substâncias. As drogas da família K são conhecidas por causar graves alterações mentais, como psicose, paranoia, delírios e alucinações, justificando o apelido de "drogas zumbi".

A Polícia Civil de Minas Gerais destacou a dificuldade em quantificar a droga apreendida devido à ausência de um campo específico no Reds, o relatório de ocorrências do estado. No entanto, a polícia continua a investigar grupos criminosos envolvidos na distribuição dessas drogas.

O Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Minas Gerais (Sindppen-MG) apontou complicações na detecção dessa droga nas revistas prisionais, devido à sua forma líquida, que é frequentemente aplicada em pedaços de papel para evitar a detecção. Os cães farejadores, segundo Luiz Gelada, presidente do Sindppen-MG, enfrentam dificuldades para identificar a droga, que é inodora e incolor, resultando em uma fiscalização muitas vezes ineficaz.

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