Cobrança abusiva para uso de capela gera revolta em família de PM aposentado em São Paulo

Cerimônia de despedida é realizada fora da capela após concessionária exigir pagamento adicional

Por Plox

24/04/2024 11h59 - Atualizado há 10 dias

Em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo, a família do policial militar aposentado Elisier Ceballos, de 65 anos, enfrentou uma situação vexatória durante o sepultamento no Cemitério da Saudade. Após arcar com R$ 5,2 mil pelo sepultamento, os familiares foram surpreendidos com a cobrança de R$ 523 por hora para utilização da capela para uma última oração, prática que era gratuita antes da privatização do local.

 Foto: Arquivo pessoal

Alessandro Ceballos, irmão do falecido, relatou que, após a negativa da concessionária Grupo Maya em abrir a capela sem o pagamento da taxa adicional, a família optou por realizar a cerimônia de despedida do lado de fora do estabelecimento. A capela, referida como um local sagrado, foi considerada por Alessandro como um cenário de humilhação, especialmente para alguém que dedicou a vida ao serviço público. "Foi humilhante e a indignação é pouca para descrever o que sentimos", expressou o comerciante.

O Grupo Maya, por sua parte, confirmou a cobrança e informou que o pacote adquirido pela família de Ceballos não incluía a despedida no cemitério. A concessionária também alegou que a equipe de atendimento não foi procurada para resolver a questão quando a família chegou ao cemitério.

Essa prática tem levantado questões sobre a gestão das concessões dos cemitérios municipais, privatizados em março de 2023. Com a continuação de problemas como altos custos e má gestão, vereadores da oposição em São Paulo estão mobilizando assinaturas para uma CPI que investigue as operações das concessionárias no primeiro ano após a privatização. Até o momento, o pedido de CPI ainda não alcançou o número mínimo de assinaturas necessárias para ser instaurado.

A situação vivida pela família Ceballos destaca a complexidade e a sensibilidade dos serviços funerários administrados por entidades privadas, e coloca em discussão a eficácia da fiscalização e regulação desses serviços pela Prefeitura de São Paulo.

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