ByteDance rejeita venda do TikTok apesar de pressão legislativa dos EUA

Empresa chinesa enfrenta ultimato do Congresso americano para desvincular sua popular rede social do governo chinês

Por Plox

26/04/2024 08h59 - Atualizado há 12 dias

A ByteDance, conglomerado de tecnologia da China que controla o TikTok, anunciou que não planeja vender a plataforma, contrariando as exigências do Congresso dos Estados Unidos. Recentemente, legisladores americanos deram um prazo de nove meses para que a rede social seja vendida, citando preocupações de que o TikTok poderia ser usado pelo governo chinês para fins de espionagem e disseminação de propaganda.

Apesar dos rumores veiculados pelo portal The Information, que sugeriam a possibilidade de uma venda sem incluir o sofisticado algoritmo de recomendação de vídeos, a ByteDance desmentiu tais informações através de sua conta no Toutiao, outra rede social do grupo. "As informações da mídia estrangeira sobre a ByteDance explorando a venda do TikTok não são verdadeiras", comunicou a empresa.

O TikTok, que se tornou um fenômeno global, tem sido centro de controvérsias políticas e diplomáticas por anos, enfrentando tentativas de proibição durante a administração do ex-presidente Donald Trump. A empresa tem repetidamente negado qualquer cooperação com o governo chinês e assegura que não compartilha, nem pretende compartilhar, dados dos usuários americanos com Pequim.

Além disso, a ByteDance investiu cerca de 1,5 bilhão de dólares no "Projeto Texas", uma iniciativa para manter os dados de usuários americanos armazenados nos Estados Unidos. No entanto, críticos argumentam que os dados são apenas parte do problema e que o algoritmo, crucial para o sucesso do TikTok, também deveria ser separado da ByteDance.

Shou Zi Chew, CEO do TikTok, indicou que a empresa contestará a legislação nos tribunais. Contudo, analistas sugerem que argumentos de segurança nacional podem prevalecer sobre a liberdade de expressão na Suprema Corte.

A venda do TikTok, uma operação avaliada em bilhões de dólares, enfrenta obstáculos significativos. Grandes empresas de tecnologia dos EUA, como Meta e Google, poderiam ter dificuldades em adquirir a plataforma devido às regulamentações antitruste.

Pequim tem se mostrado contrária à venda forçada do algoritmo de recomendação de vídeos, classificado como uma tecnologia protegida, especialmente após os esforços de Trump para banir a plataforma em 2020. Autoridades chinesas afirmam que tomarão todas as medidas necessárias para defender suas empresas.

Mitchell Green, investidor da ByteDance pelo fundo americano Lead Edge Capital, minimizou a importância do TikTok nos EUA em relação ao negócio global da empresa em uma entrevista à CNBC: "TikTok EUA é uma parte muito pequena do negócio global. É uma parte importante da história, claro, mas em relação ao tamanho geral, é uma parte muito pequena".

Ele concluiu, destacando a postura da empresa diante da pressão legislativa: "Em caso de expulsão dos Estados Unidos, não venderemos".

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