Aumento significativo de jovens aprendizes no mercado, mas ainda longe do ideal

Capacidade subutilizada na contratação de jovens aprendizes

Por Plox

31/03/2024 10h21 - Atualizado há cerca de 1 mês

Desde a implementação da Lei da Aprendizagem, há 24 anos, que estabelece a obrigatoriedade de empresas com mais de 50 colaboradores incluírem entre 5% a 15% de jovens aprendizes em seus quadros, o Brasil observou um salto de 571% no número de aprendizes no mercado. Apesar do crescimento expressivo, de 81 mil aprendizes em 2006 para 546 mil no fim de 2023, especialistas e dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) sugerem que o país ainda opera com metade da sua capacidade, tendo potencial para acolher até 1 milhão de jovens nessa modalidade.

 

Em 2023, registrou-se um acréscimo de 7,1% no número de aprendizes, evidenciando um progresso modesto, mas constante, segundo dados do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE). Rodrigo Dib, superintendente Institucional do CIEE, ressalta a importância da Lei da Aprendizagem não apenas para a formação profissional dos jovens, mas também como um veículo de inclusão social. Entretanto, aponta a necessidade de maior engajamento das empresas para atingir o potencial completo da lei.

O governo, por sua vez, não tem medido esforços para aumentar a adesão à lei, com mais de 36 mil ações de fiscalização realizadas até novembro de 2023 e outras 266 planejadas para 2024, visando alcançar a meta de 120 mil novas contratações de aprendizes. Adicionalmente, a lei sofreu alterações em 2023 para facilitar a fiscalização e o cumprimento das cotas pelas empresas.

 

Experiências transformadoras e desafios familiares

A Lei da Aprendizagem tem propiciado experiências significativas para muitos jovens, como Gabriel Ciccone Oliveira, João Pedro Gonçalves da Silva e Júlia Pereira Silva, aprendizes na empresa de logística Prestex, em São Paulo. Eles compartilham como o programa proporcionou não apenas a inserção no meio corporativo, mas também o desenvolvimento pessoal e profissional. Este cenário se reflete na satisfação de 70% dos aprendizes com o acolhimento nas empresas e 72% com a oportunidade de trabalho.

A importância do programa vai além da formação profissional, tocando aspectos financeiros críticos para muitas famílias. Dados do CIEE revelam que uma parcela significativa dos aprendizes vem de lares com renda de até dois salários mínimos, evidenciando o impacto positivo da iniciativa na sustentabilidade financeira e na independência dos jovens e de suas famílias.

 

 

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