Discurso de Pacheco em posse de Lula o credencia como candidato do governo à presidência do Senado

Atual presidente da Casa legislativa, Pacheco concorrerá à eleição em fevereiro

Por Plox

01/01/2023 17h13 - Atualizado há mais de 2 anos

Além do presidente empossado, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também discursou durante solenidade de posse no Congresso Nacional.

Pacheco, que está em campanha, visto que deseja se reeleger presidente do Senado em fevereiro, discursou por quase 17 minutos e aproveitou o momento que os holofotes estavam virados para si, para realizar um discurso sobre esperança, justiça social e conciliação entre os poderes. 

Pacheco discursou por quase 17 minutos. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado.

O senador mineiro afirmou que a posse de Lula traz um sentimento de "renovada confiança". Ele fez questão de destacar o histórico do petista na defesa da inclusão social e afirmou que esta pauta também caminhará no Senado. 

“Há um sentimento de renovada confiança por estarmos diante de dois homens públicos experientes, capazes e habilidosos. Vossa Excelência, Presidente Lula, volta ao Palácio do Planalto com a experiência de oito anos de mandato, que se destacaram pela inclusão social, pelo crescimento econômico, pelo respeito às instituições”.

Ele aproveitou para destacar a trajetória política de Lula e Alckmin, que em certo momento foram adversários nas urnas e que em 2022 participaram da chamada “frente ampla” para conseguirem sair vitoriosos na eleição. 

“E volta ao lado de Geraldo Alckmin, ex-governador do Estado de São Paulo, antigo adversário nas eleições presidenciais de 2006, e agora seu vice, em um sinal claro de que o interesse do País está além e acima de questões partidárias. Um sinal de que é preciso unir forças pelo Brasil”, afirmou.

Pacheco também parabenizou a Justiça Eleitoral e o processo eleitoral que findou no dia 30 de outubro do ano passado. Ainda disse que a última eleição pode ter sido a mais importante da história do país desde a redemocratização.

“É possível que tenha sido o processo eleitoral mais importante de nossa história após a redemocratização. O tempo dirá. As instituições foram capazes de garantir a vontade da soberania popular, que se manifestou por meio dos votos no processo eleitoral, e resultou na escolha majoritária da frente ampla defendida pela chapa vitoriosa”. Disse.

Pacheco destacou que o governo eleito terá a difícil, mas importante missão de reconciliar os brasileiros que discordaram nas eleições sobre o rumo do país. Conforme o senador mineiro, Lula e Alckmin devem incentivar atos de generosidade, desencorajar o revanchismo e "coibir com absoluto rigor atos de violência".

Pautas legislativas

Ainda em seu discurso, o presidente do Senado garantiu que a reforma tributária precisa ser o foco de atuação do novo governo. 

“Nós temos um sistema de arrecadação que precisa ser desburocratizado e simplificado para permitir mais justiça social. Essa reforma, junto com a elaboração do novo arcabouço fiscal, são as pautas prioritárias desse Congresso Nacional em 2023”. Afirmou.

Anteriormente, Fernando Haddad (PT), escolhido por Lula para ser o ministro da Fazenda, disse que a reforma tributária seria uma das prioridades de sua gestão a frente da pasta.

Além disso, foi colocado no texto da PEC da Transição, aprovada pelo Congresso, a possibilidade do governo eleito criar um novo arcabouço fiscal e revogar o teto de gastos. Durante o discurso que Lula fez minutos antes de Pacheco, o presidente deu a entender que este será um dos atos de seu mandato.

Presidente Lula discursou durante solenidade no Plenário da Câmara. Foto: Roque de Sá/Agência Senado.

 

Pacheco ainda destacou que vislumbra um Congresso Nacional com vontade de ajudar o Poder Executivo na aprovação de projetos relevantes, citando a negociação da PEC da Transição como um exemplo.

Esta postura de Pacheco pode o colocar como o candidato de Lula ao Senado, fortalecendo sua campanha para reeleição no cargo.

Pacheco na presidência do Senado

O senador mineiro começou a comandar do Senado em 2021, quando foi eleito para liderar a pasta no biênio 2021-2022. O parlamentar já disse que irá concorrer à reeleição, sendo tratado como favorito para continuar no cargo com o início da próxima legislatura. 

Pacheco não se alinhou ao governo Bolsonaro, como fez o chefe da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). O senador preferiu manter uma postura independente em relação ao Palácio do Planalto. 

Durante o processo eleitoral, ele inclusive fez um contraponto em relação às dúvidas levantadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em relação à segurança das urnas. Após a conclusão das eleições e sacramentação da vitória de Lula, Pacheco já havia dito que o papel do novo mandatário seria "unificar o país".


 

Destaques