Brasileiro faz história ao viver em hotel de luxo em Nova York por valor simbólico

A inusitada saga de Mickey Barreto: De hóspede a suposto proprietário através de brechas legais

Por Plox

01/04/2024 07h49 - Atualizado há 6 meses

Nova York assistiu a um episódio curioso envolvendo Mickey Barreto, um brasileiro de 49 anos que não só conseguiu morar por cinco anos em um dos hotéis mais luxuosos da cidade pagando apenas US$ 200, mas também declarou ser o dono do estabelecimento. Utilizando uma lacuna na legislação de Nova York de 1960, Barreto fez com que seu nome figurasse na escritura do icônico edifício New Yorker, cuja diária custa US$ 990.

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Legislação e Oportunismo

A estratégia de Barreto envolveu uma antiga lei nova-iorquina que, de certa forma, favorece hóspedes de longa permanência em hotéis construídos antes de 1969. Segundo esta legislação, se o hotel cobrasse menos de US$ 88 por semana naquela época, o hóspede poderia reivindicar um contrato de aluguel de seis meses ou mais, tornando-se um residente permanente. David Reiss, jurista da Brooklyn School of Law, ao detalhar a manobra legal de Barreto ao programa Fantástico da Rede Globo, destacou como a lei visava regular o aluguel, mas acabou incluindo hotéis que se encaixavam nos critérios estabelecidos.

Reivindicações Extravagantes

Barreto levou suas ações além, ao exigir que um restaurante dentro do hotel lhe pagasse aluguel, e chegou a se autodenominar líder de uma tribo indígena fictícia, além de reivindicar descendência do explorador Cristóvão Colombo. Em defesa de suas ações, declarou ao Fantástico: “Eu sou Mickey Ibrahim Muniz Barreto. Eu ocupo o cargo de Cristóvão Colombo Segundo, Almirante dos Mares, Oceanos, e eu também sou o líder da tribo indígena brasileira chamada ‘A Bela Nação do Sol e da Lua’”.

Desfecho Judicial

A tentativa de Barreto de se manter no hotel através de uma decisão judicial chegou ao fim quando o estabelecimento obteve na Justiça o direito de despejá-lo. Após o despejo, Barreto se mudou para a casa de Matthew Hannan, que ele descreve como seu companheiro com títulos nobres, em uma narrativa que se estende até a autoria de um livro publicado online, onde se proclama dono das Américas, exceto dos Estados Unidos e do Canadá, que seriam do seu parceiro.

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