Israel conclui operação em hospital de Gaza e expõe devastação
Destruição e mortes deixadas por conflito intensificam crise humanitária
Por Plox
01/04/2024 08h55 - Atualizado há 6 meses
Na última segunda-feira, o exército de Israel finalizou sua operação no hospital Al Shifa, em Gaza, encerrando duas semanas de intensos combates que resultaram em severos danos ao maior centro médico do território palestino. Este movimento acontece em um contexto de quase seis meses de confrontos sem previsão de trégua, exacerbando a situação já crítica enfrentada pelos habitantes da região.
Consequências imediatas da retirada
Imediatamente após a retirada israelense, a região do hospital Al Shifa revelou um cenário devastador, com edifícios arruinados e uma quantidade significativa de escombros. Reportagens locais e internacionais destacam a descoberta de dezenas de corpos, alguns em avançado estado de decomposição, evidenciando a brutalidade do conflito. O Ministério da Saúde de Gaza relatou a morte de ao menos 60 pessoas apenas na noite precedente à retirada, aumentando o luto que assola o território controlado pelo Hamas desde 2007.
Detenções e operações cirúrgicas em meio ao conflito
A tensão na região também se reflete em ações pontuais como a detenção de Sabah Salam Haniyeh, irmã de um dos líderes do Hamas, por autoridades israelenses, em uma investigação antiterrorista. Paralelamente, o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, submeteu-se a uma cirurgia de hérnia, destacando a complexidade do momento político e militar vivido pelo país.
Resposta de Israel e pedidos de desculpas do Hamas
O governo israelense justificou a operação militar no hospital Al Shifa como uma resposta à utilização do local pelo Hamas para atividades militares, alegação negada pelo grupo islamista. Após intensos combates e a morte de centenas de combatentes e civis, o Hamas emitiu um pedido de "desculpas" à população de Gaza, reiterando, contudo, sua determinação em continuar a luta pela liberdade palestina.
Pressão interna e busca por trégua
Internamente, Israel enfrenta crescente pressão popular por negociações de paz, evidenciada por massivos protestos exigindo a renúncia de Netanyahu e a libertação dos reféns. O cenário internacional mostra esforços de mediação por parte de Catar, Egito e Estados Unidos, embora divergências significativas entre as partes dificultem avanços concretos.
Alerta humanitário
A comunidade internacional, através de organizações como a OMS, alerta para a gravidade da situação humanitária em Gaza, especialmente após ataques a outros centros médicos, como o hospital de Al Aqsa. A guerra, iniciada em outubro após ataques do Hamas, já resultou em milhares de mortes e uma crise humanitária com risco iminente de fome para os 2,4 milhões de habitantes do território. A busca por um cessar-fogo visa não apenas a libertação de reféns mas também a garantia de entrada de ajuda humanitária essencial.