Raízes do Dia da Mentira e sua expansão global

Mudança de calendário e a origem das brincadeiras de 1º de abril

Por Plox

01/04/2024 09h05 - Atualizado há 4 meses

A tradição de pregar peças no Dia da Mentira, comemorado anualmente em 1º de abril, remonta ao século XVI, ligada a uma decisão papal que redefiniu o início do ano no calendário. Anteriormente, o ano novo era celebrado em 25 de março, marcando o início da primavera no Hemisfério Norte, e as festividades se estendiam até o dia 1º de abril. Contudo, a implementação do calendário gregoriano por Gregório XIII, em 1582, transferiu o começo do ano para 1º de janeiro. Na França, a resistência a essa mudança manteve viva a celebração tradicional de fim de março, transformando os adeptos da data antiga em alvos de brincadeiras. Assim surgiram os "bobos de abril", pessoas enganadas ou que recebiam convites para festas fictícias, consolidando a data como um momento para trotes e falsidades.

Foto : Pixabay/ Reprodução

A brincadeira atravessa fronteiras e chega ao Brasil

A prática de enganar no primeiro dia de abril não se limitou à França, espalhando-se pela Europa e alcançando outros continentes. No Brasil, o Dia da Mentira também ganhou contornos históricos notáveis, como evidencia a publicação do jornal "A Mentira" em 1828, que noticiou erroneamente a morte de Dom Pedro I, enganando muitos leitores. Essa notícia falsa, divulgada anos antes da morte real do monarca, exemplifica como o 1º de abril foi assimilado culturalmente no país, mantendo a tradição de ludibriar e ser ludibriado nesta data peculiar.

Destaques