A gestante Kathelen Tavares passou por momentos de angústia ao dar entrada no Hospital Municipal Mariska Ribeiro, em Bangu, na última sexta-feira (28), com a expectativa de dar à luz gêmeas. No entanto, ao final do parto, apenas um bebê foi entregue à mãe, o que gerou comoção familiar e levou o caso a ser investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Foto: Reprodução Durante entrevista concedida nesta terça-feira (1º) ao Bom Dia Rio, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, esclareceu que o exame inicial realizado na gestação estava incorreto. Segundo ele, a ultrassonografia apresentou confusão na interpretação do saco gestacional e nos batimentos captados pelo cardiotoco, aparelho utilizado para ouvir o coração do feto. O equipamento teria detectado dois batimentos em pontos diferentes do abdômen, levando ao diagnóstico equivocado de gravidez gemelar.
Soranz afirmou que, durante a cesariana, havia uma equipe médica completa e foi constatada a presença de apenas um feto e uma única placenta. O órgão também foi encaminhado para análise pericial como forma de comprovar que se tratava de uma gestação única. Fotografias do momento do parto também foram feitas para reforçar a evidência. “É um único bebê, é importante isso ficar bem esclarecido”, disse o secretário, frisando que não houve falhas durante o procedimento cirúrgico.
Foto: Reprodução Apesar da explicação oficial, os documentos de pré-natal de Kathelen indicavam o contrário. Em uma ultrassonografia realizada em dezembro do ano passado, na Clínica da Família em Realengo, foram registrados dois fetos com batimentos cardíacos distintos e diferenças nos tamanhos do fêmur. O laudo mais recente, feito no próprio Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, na quarta-feira anterior ao parto, também mencionava a presença de dois batimentos cardíacos.
Durante o pré-natal, Kathelen participou de dez consultas e os registros indicavam uma gravidez de gêmeas. A jovem, que já é mãe de gêmeas, ficou abalada com o ocorrido e relatou que foi levada sozinha à sala de cirurgia após a bolsa estourar na sexta-feira. Sem tempo para a chegada de familiares, ela foi submetida ao parto sem acompanhantes.
“Me mandaram separar duas roupas para dois bebês, tomei anestesia, escutei o choro de uma, colocaram em cima de mim, depois disseram que não tinha outro bebê. Não me falaram mais nada”, contou.
O hospital também entregou à mãe uma declaração de nascido-vivo com a indicação de gestação gemelar, reforçando as dúvidas em torno do caso. Diante disso, a família procurou a 34ª DP (Bangu), onde o boletim de ocorrência foi registrado. A Polícia Civil informou que está apurando os fatos e já solicitou documentos da unidade hospitalar, além das imagens das câmeras de segurança.
O diretor do hospital foi intimado a prestar depoimento e Kathelen será ouvida novamente para prestar mais informações sobre o caso.
A Secretaria de Saúde segue acompanhando o caso enquanto aguarda a conclusão da perícia.