Deputado bolsonarista que atacou Gleisi pode ter mandato suspenso pela Câmara

Gilvan da Federal sugeriu que ministra seria 'prostituta' e fez menção a apelido atribuído a ela em planilhas da Odebrecht

Por Plox

01/05/2025 11h43 - Atualizado há cerca de 21 horas

A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados protocolou nesta semana uma representação no Conselho de Ética solicitando a suspensão, por seis meses, do mandato do deputado Gilvan da Federal (PL-ES), por conta de declarações ofensivas direcionadas à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.


Imagem Foto :Zeca Ribeiro/Agência Câmara


Durante uma audiência na Comissão de Segurança Pública, realizada na última terça-feira (29), Gilvan fez referência a apelidos usados em planilhas da construtora Odebrecht na época da Lava Jato. O parlamentar citou os codinomes “Lindinho” e “Amante” — este último, à época, atribuído a Gleisi — e insinuou que o apelido indicaria envolvimento com prostituição. Ele declarou: “Na Odebrecht, existia uma planilha de pagamento de propina a políticos. Eu citei aqui o nome ‘Lindinho’ e ‘Amante’, que devia ser uma prostituta do caramba. Teve até deputado que se revoltou. Ou seja, a carapuça serviu.”



Além de atacar Gleisi, Gilvan também mencionou o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), associado ao apelido “Lindinho”. As falas foram consideradas pela Mesa como quebra de decoro parlamentar, ferindo a honra de uma autoridade pública e indo além dos limites constitucionais da liberdade de expressão.


No documento enviado ao Conselho de Ética, a Mesa Diretora aponta que as declarações de Gilvan representam abuso de prerrogativas parlamentares e comportamento incompatível com a dignidade do cargo. “As falas do Representado excederam o direito constitucional à liberdade de expressão, caracterizando abuso de prerrogativas parlamentares além de, repise-se, ofenderem a dignidade da Câmara dos Deputados, de seus membros e de outras autoridades públicas”, afirma o texto.



A representação pede que o Conselho de Ética avalie a possibilidade de aplicar uma punição cautelar de suspensão do mandato por seis meses. Agora, o próximo passo é o Conselho deliberar sobre o caso e decidir se abre ou não processo contra o parlamentar.


Esta não é a primeira vez que Gilvan da Federal se envolve em polêmica. Em abril, também durante uma sessão da mesma comissão, ele declarou que desejava a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aumentando ainda mais as tensões em torno de seu comportamento parlamentar.



A decisão do Conselho de Ética poderá ter impactos significativos no cenário político e será acompanhada de perto pelos parlamentares e pela sociedade.


Destaques