Lula afirma que governo atual descobriu fraudes no INSS
Presidente também defendeu mudanças na jornada de trabalho e isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil
Por Plox
01/05/2025 09h50 - Atualizado há cerca de 23 horas
Durante um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV na noite desta quarta-feira (30), véspera do Dia do Trabalhador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trouxe à tona temas de grande impacto para os brasileiros, com destaque para a revisão da jornada de trabalho e a revelação de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Lula afirmou que chegou o momento de repensar a jornada conhecida como 6 por 1, na qual o trabalhador atua por seis dias e tem apenas um de descanso. Segundo o presidente, é necessário abrir o debate com todos os setores da sociedade para buscar um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar dos trabalhadores. $&& Está na hora de o Brasil dar esse passo, ouvindo todos os setores da sociedade para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar dos trabalhadores e trabalhadoras $&&, disse ele.
Ainda durante o pronunciamento, o presidente destacou o envio ao Congresso Nacional de um projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda. A proposta prevê isenção total para quem recebe até R$ 5 mil por mês. Já quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil deverá pagar menos imposto do que atualmente. Lula ressaltou que a nova política tributária busca maior justiça social: $&& Agora é assim: quem ganha menos, não paga. E quem ganha muito paga o valor justo $&&.
O chefe do Executivo também reforçou os investimentos feitos na educação, com foco na ampliação da oferta de ensino em tempo integral. Segundo Lula, essas ações fazem parte de uma visão de desenvolvimento que valoriza o ser humano, e afirmou que o país caminha para se tornar mais justo.
O presidente aproveitou o espaço para declarar que foi em seu governo que se descobriu o esquema de fraudes nos descontos aplicados indevidamente em aposentadorias e pensões do INSS. Ele informou que as práticas irregulares vinham ocorrendo desde 2019.
Entretanto, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) contestou a declaração. Em sua participação no programa Pleno Time, também nesta quarta-feira (30), Damares afirmou que as fraudes teriam começado ainda em 2016, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
O governo federal, diante da gravidade do caso, anunciou a nomeação do procurador Gilberto Waller Junior como novo presidente do INSS. A mudança ocorre no momento em que a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) intensificam as investigações por meio da Operação Sem Desconto.
A operação revelou um esquema de deduções irregulares que teria causado prejuízos de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Contudo, segundo informações da PF, se forem considerados os indícios desde 2016, o total de valores descontados indevidamente pode alcançar quase R$ 8 bilhões.
O caso segue sendo apurado pelas autoridades federais, e deve continuar gerando desdobramentos no cenário político nacional.