Polícia

Ministério Público investiga ameaças contra pastor mirim de 15 anos

Miguel Oliveira, conhecido como 'missionário mirim', teria sido hostilizado nas redes após pregações com supostas curas milagrosas

01/05/2025 às 12:40 por Redação Plox

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) está conduzindo uma investigação sobre ameaças recebidas pelo adolescente Miguel Oliveira, de 15 anos, que se identifica como 'profeta' e se tornou conhecido em todo o país como 'missionário mirim'. A apuração foi iniciada após os pais do jovem registrarem uma denúncia formal junto à Polícia Civil do Estado, relatando hostilidades crescentes direcionadas ao filho.


Imagem Foto: Redes sociais

Com uma expressiva presença nas redes sociais — mais de um milhão de seguidores no Instagram — Miguel ganhou visibilidade por suas pregações em cultos por diversas regiões do Brasil. Suas falas, frequentemente registradas em vídeo e compartilhadas online, viralizaram nas plataformas, gerando grande repercussão. Algumas declarações, como a que aparece dizendo “Eu rasgo o câncer, eu filtro o seu sangue e eu curo a leucemia”, enquanto rasga papéis diante de uma fiel, desencadearam críticas severas.


Em meio a essas controvérsias, o Conselho Tutelar determinou a suspensão temporária de suas atividades em igrejas. A assessoria de Miguel explicou que os papéis rasgados durante o culto não eram laudos médicos.
“Ele nenhum momento rasgou laudo. Ele escreveu em três papéis, três problemas de saúde que ela [a fiel] poderia ter, que Deus tava curando. Ele escreveu o nome das doenças e rasgou”,

afirmou a equipe ao portal Metrópoles.

Outro ponto criticado é a forma como o jovem solicita doações durante os cultos. Em uma gravação, Miguel pede a presença de quatro pessoas no altar para doações de R$ 1 mil, dizendo que a rapidez com que forem até ele determinaria a velocidade do milagre. Já houve momentos em que ele mencionou valores de até R$ 10 mil. A assessoria informou que todo o dinheiro arrecadado vai para as igrejas anfitriãs, e que o pastor mirim não recebe doações diretas.


As críticas nas redes sociais evoluíram para supostas ameaças. Comentários como “Esse pequeno moleque está mais para capeta em forma de gente” e “Alguém tem que parar esse moleque o mais rápido possível” acenderam o alerta dos responsáveis por Miguel. A equipe classificou as ameaças como alarmantes e explicou que, diante da gravidade, a família decidiu não conceder mais entrevistas.
“Ele é menor, e os pais não querem mais falar com nenhuma mídia, pois as ameaças estão absurdas. Xingamentos e coisas absurdas. Já foram na delegacia, e nada acontece. Então, eles acharam melhor não responder e não aparecer mais”,

revelou uma profissional da equipe.

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Ministério Público deve investigar qualquer tipo de ameaça feita contra menores, independentemente da origem. Por isso, foram expedidos ofícios em busca de mais detalhes sobre a segurança do adolescente.


Natural de Carapicuíba, no interior de São Paulo, Miguel está vinculado à Assembleia de Deus Avivamento Profético. Ele afirma que sua jornada religiosa começou aos três anos, quando teria sido curado de surdez e mudez. Desde então, vem participando de eventos religiosos em diferentes estados brasileiros.


Contudo, relatos sobre sua suposta cura também são questionados. Em comentários nas redes, internautas apontam a ausência de comprovação médica e estranham o fato de que Miguel não apresentou laudos, alegando ter perdido os documentos em uma mudança. Um seguidor chegou a afirmar: “Bastaria pedir a segunda via no hospital ou falar com seu pediatra. Ele é novo, e todo o sistema de saúde já era informatizado há 15 anos”.


O caso segue sob análise do Ministério Público, que deverá decidir se haverá novas medidas para garantir a proteção do adolescente e esclarecer os fatos.


Compartilhar a notícia

V e j a A g o r a