STF autoriza 15 testemunhas indicadas por Bolsonaro em ação sobre tentativa de golpe
Alexandre de Moraes aceita ouvir aliados do ex-presidente, incluindo Tarcísio de Freitas e ex-comandantes das Forças Armadas
Por Plox
01/05/2025 18h51 - Atualizado há cerca de 14 horas
O Supremo Tribunal Federal (STF) deu mais um passo no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Na noite de quarta-feira (30), o ministro Alexandre de Moraes autorizou a oitiva de 15 testemunhas indicadas pela defesa do ex-chefe do Executivo. Entre os nomes, estão figuras próximas a Bolsonaro e autoridades que integraram o alto escalão de seu governo.

Entre os convocados, destacam-se os ex-comandantes do Exército Marco Antônio Freire Gomes e Júlio Cesar de Arruda, além de Carlos de Almeida Baptista Junior, que esteve à frente da Marinha. Também compõem a lista políticos com atuação durante o governo anterior, como o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e os senadores Hamilton Mourão, Ciro Nogueira e Rogério Marinho.
Outros ex-ministros e aliados foram chamados, como Eduardo Pazuello, hoje deputado federal, Gilson Machado, além do advogado Amauri Feres Saad. A lista inclui ainda militares, ex-assessores jurídicos e técnicos que trabalharam diretamente com o Planalto e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como Giuseppe Dutra Janino, que chefiou a Secretaria de Tecnologia da Informação da Corte Eleitoral.
A autorização foi concedida após a defesa de Bolsonaro apresentar os nomes à Corte. Alguns dos indicados já haviam sido sugeridos por outros réus ou pelo Ministério Público. O processo, agora em fase de produção de provas, deve reunir materialidades, ouvir as testemunhas e analisar documentos que podem tanto sustentar quanto refutar a acusação.
Em março, o STF decidiu, de forma unânime, transformar Bolsonaro e outros sete aliados em réus, reconhecendo elementos suficientes na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) para abrir a ação penal. No total, 34 pessoas foram denunciadas no caso.
Segundo a PGR, Bolsonaro liderava o “núcleo crucial” do grupo responsável pela articulação da tentativa de golpe, com ações voltadas a impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A denúncia também menciona supostos planos de atentados contra autoridades e apoio aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 como parte da estratégia do grupo.
'Bolsonaro tinha ciência e participação ativa na trama golpista para impedir a posse de Lula', apontou a denúncia da PGR
Com a decisão de Alexandre de Moraes, a defesa do ex-presidente poderá aprofundar sua linha argumentativa por meio da oitiva dessas testemunhas, que deverão prestar depoimento nas próximas etapas do processo.