Zema acusa PT de roubo a aposentados do INSS e cobra demissão de Lupi
Governador de Minas Gerais diz que país está de luto por fraudes bilionárias no INSS e responsabiliza o governo Lula
Por Plox
01/05/2025 17h24 - Atualizado há cerca de 15 horas
No feriado de 1º de Maio, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), usou suas redes sociais para se manifestar sobre o recente escândalo envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Vestindo uma camisa preta e com sua imagem de perfil trocada por um símbolo de luto, Zema afirmou que o Brasil não tinha motivos para comemorar o Dia do Trabalhador.

Segundo o governador, os trabalhadores foram vítimas de um roubo bilionário. \"Hoje era para o Brasil estar celebrando o Dia do Trabalhador, mas está de luto. Porque quem trabalhou a vida inteira foi roubado\", declarou. Em tom indignado, ele apontou que o desvio de R$ 6 bilhões dos aposentados teria sido utilizado para adquirir itens de luxo, como joias, obras de arte e carros importados.
A publicação foi acompanhada da frase: “1 de Maio de Luto pelos aposentados roubados pelo PT”. Na gravação, Zema responsabiliza o Partido dos Trabalhadores pelo escândalo e cobra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a exoneração do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT). O governador questiona a permanência de Lupi no cargo e sugere que o presidente estaria evitando a demissão por temer o avanço das investigações.
Como é que o Lula não demite o ministro que deixa roubar os aposentados? O Lula está com medo de que as investigações cheguem a mais companheiros dele?
, questiona Zema, que encerra o vídeo conclamando a população a combater o que chamou de “quadrilha”.
As declarações de Zema ocorreram poucos dias após a deflagração, em 23 de abril, de uma operação da Polícia Federal em parceria com a Controladoria-Geral da União. A ação investigou um esquema de fraudes contra aposentados e pensionistas do INSS, cujos salários foram alvo de descontos indevidos, totalizando R$ 6,3 bilhões. As operações ocorreram em diversos estados, incluindo Minas Gerais.
De acordo com as autoridades, o foco da investigação são irregularidades relacionadas a cobranças de mensalidades associativas vinculadas aos benefícios previdenciários.
Apesar de o governador mineiro associar o caso exclusivamente ao atual governo petista, as investigações apontam que o esquema teria começado ainda em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e se estendido até 2024, já sob a gestão de Lula.
Carlos Lupi, por sua vez, tem negado qualquer omissão. Durante uma audiência na Comissão de Previdência e Assistência Social da Câmara, o ministro defendeu que os responsáveis pelo desvio sejam punidos exemplarmente.
Quem tem a verdade como instrumento de vida, não teme nada. Quem fez errado, que a polícia prove e que vá para a cadeia
, afirmou Lupi, garantindo que não há intenção de proteger qualquer envolvido.
A pressão sobre o governo federal aumentou com o protocolo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as fraudes, com 185 assinaturas já colhidas pela oposição no Congresso Nacional.