Transações digitais dobram e uso de dinheiro físico diminui

Paralelamente ao aumento das transações digitais, houve uma queda acentuada no uso de dinheiro físico

Por Plox

01/06/2023 08h41 - Atualizado há cerca de 1 ano

Na era do dinheiro digital, o Brasil vive uma revolução. O volume de transações financeiras digitais per capita no país quase dobrou desde o lançamento do PIX em 2020, revelou o Banco Central. Em contrapartida, a circulação de dinheiro físico vivencia um declínio significativo.

A ascensão do PIX

Em 2022, o PIX registrou incríveis 66 milhões de operações diárias. Este sistema de transferências instantâneas criado pelo Banco Central já representa a maior fatia de transações no país, com uma participação de 29%.

A tendência não se limita apenas ao número de transações. Em 2020, eram registradas 242 operações digitais per capita, número que saltou para 453 em 2022, demonstrando a popularidade crescente deste sistema.

O Banco Central ressalta que "a introdução do PIX e o aumento de transações com cartões" podem ser fatores explicativos para esta tendência acelerada de digitalização financeira.

 

 Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

Redução nos saques de dinheiro físico

Paralelamente ao aumento das transações digitais, houve uma queda acentuada no uso de dinheiro físico. Os saques em caixas eletrônicos e agências bancárias caíram de 3,4 bilhões em 2020 para 2,6 bilhões no ano passado, com o valor movimentado passando de R$ 2,5 trilhões para R$ 2,1 trilhões.

Essa mudança comportamental dos brasileiros é, segundo o BC, resultado da pandemia de covid-19 e do próprio advento do PIX, que facilitou a realização de transações financeiras sem a necessidade de dinheiro físico.

O papel das instituições de pagamento

O Banco Central destaca a importância das instituições de pagamento na promoção da inclusão financeira. A entrada dessas instituições no mercado, desde a regulamentação pelo órgão em 2016, potencializou a utilização de cartões de crédito e pré-pagos, contribuindo para o crescimento das transações digitais.

Apesar da maior participação do PIX, em termos absolutos, houve um aumento contínuo da utilização de cartões, com o cartão de crédito representando 20% da quantidade de transações, o de débito 19% e o pré-pago 9% em 2022.

PIX e a inclusão financeira

O PIX não só facilitou as transações financeiras, mas também abriu portas para aqueles que nunca haviam realizado transferências. "As instituições de pagamento vêm tendo papel relevante na inclusão financeira, ao proporcionar contas de pagamento a pessoas que anteriormente não tinham nenhum relacionamento com o sistema financeiro", afirma o BC.

Um olhar para o futuro

A transformação digital no setor financeiro brasileiro, impulsionada pela pandemia de covid-19 e pela introdução de novas tecnologias como o PIX, tem mudado a forma como os brasileiros realizam suas transações financeiras. E embora a transferência inter e intrabancária ainda domine em termos de valor transacionado, com cerca de 65% do volume financeiro em 2022, a popular idade crescente do PIX e sua contribuição para a inclusão financeira sinalizam uma mudança significativa na paisagem financeira do país.

A queda de métodos de pagamento tradicionais

Enquanto os meios de pagamento digitais florescem, os métodos tradicionais enfrentam declínio. O uso de cheques, por exemplo, quase desapareceu, com a participação deles nas transações financeiras caindo para quase zero em 2022, em comparação com 7% em 2012.

Já os boletos bancários, uma vez uma forma predominante de pagamento, agora representam apenas 11% do volume de transações, uma queda significativa em relação a 28% em 2012.

Uma era digital

O relatório do Banco Central sobre a "Evolução de Meios Digitais para a Realização de Transações de Pagamento no Brasil", que será publicado integralmente no dia 6 de junho, traça um panorama claro: a digitalização está transformando o setor financeiro brasileiro de maneira significativa e irreversível.

Com a adesão massiva ao PIX e à preferência por transações digitais, o Brasil parece estar entrando em uma nova era de dinheiro digital, diminuindo a dependência de dinheiro físico e tornando o acesso aos serviços financeiros mais inclusivo e conveniente para todos os cidadãos.

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