PF descobre que Moraes era alvo de extremistas

suspeitos presos planejavam ameaças contra familiares do ministro do STF

Por Plox

01/06/2024 11h43 - Atualizado há 4 meses

Dois homens foram presos pela Polícia Federal nesta sexta-feira, acusados de ameaçar familiares do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). As prisões ocorreram em São Paulo e no Rio de Janeiro, em uma operação que teve como objetivo impedir o trabalho do magistrado, relator do inquérito sobre os atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília. A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou as prisões, e o próprio Moraes autorizou as diligências.

Identidades dos suspeitos

Entre os detidos estão o 2º sargento fuzileiro naval Raul Fonseca de Oliveira, de 43 anos, preso em casa na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, e seu irmão, o técnico eletricista Oliveirino de Oliveira Júnior, de 47, abordado pela PF na Vila Clementino, em São Paulo.

Detalhes das ameaças

A Polícia Federal revelou que os suspeitos estavam monitorando a rotina dos familiares de Moraes e enviaram ameaças por e-mail. As mensagens continham informações detalhadas sobre os movimentos dos parentes do ministro. Diante da gravidade e da natureza violenta das ameaças, a PGR ressaltou que "o conteúdo das mensagens, com referências a 'comunismo' e 'antipatriotismo' evidencia com clareza o intuito de, por meio das graves ameaças a familiares do ministro Alexandre de Moraes, restringir o livre exercício da função judiciária pelo magistrado do Supremo Tribunal Federal".

Medidas de segurança

As autoridades decidiram pela prisão preventiva dos acusados para garantir a segurança das vítimas. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacou no pedido enviado à Corte que "a gravidade das ameaças veiculadas, sua natureza violenta e os indícios de que há monitoramento da rotina das vítimas evidenciam, ainda, o perigo concreto de que a permanência dos investigados em liberdade põe em risco a garantia da ordem pública. A medida é, assim, proporcional, ante o risco concreto à integridade física e emocional das vítimas".

Contexto das ameaças

As investigações da PF continuam para determinar se outras pessoas estão envolvidas nas ameaças. Desde 2022, Moraes tem segurança reforçada devido a ameaças recebidas pela internet. Ele é responsável por inquéritos que investigam ameaças contra o STF, seus ministros, e uma suposta milícia digital voltada para atacar o Estado de Direito e as instituições democráticas.

Histórico de ameaças

Moraes, alvo preferencial de extremistas bolsonaristas, já sofreu hostilidades em viagens ao exterior, como em Roma e Nova York. Recentemente, durante um julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre um recurso que poderia levar à cassação do senador Sergio Moro, o ministro lembrou que já foi ameaçado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa do país, quando era secretário de Segurança Pública de São Paulo. Na ocasião, Moraes afirmou que "ninguém gosta de andar com seguranças, em carro blindado".

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