Advogados de Bolsonaro prestam depoimento à PF por suspeita de obstrução
Paulo Cunha Bueno e Fábio Wajngarten são investigados por tentativas de influenciar delação de Mauro Cid
Por Plox
01/07/2025 11h13 - Atualizado há 1 dia
Nesta terça-feira, 1º de julho de 2025, a Polícia Federal colheu os depoimentos de Paulo Amador da Cunha Bueno e Fábio Wajngarten, ambos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em uma investigação que apura possíveis tentativas de obstrução de justiça relacionadas à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.

As oitivas ocorreram simultaneamente em São Paulo e Brasília, conforme determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A medida visa esclarecer se houve abordagens indevidas aos familiares de Cid, incluindo sua esposa, mãe e filha menor de idade, com o intuito de influenciar sua colaboração com as autoridades.
Segundo relatos apresentados pela defesa de Cid, Fábio Wajngarten teria tentado contato com a esposa e a filha do militar por meio de mensagens e ligações, enquanto Paulo Cunha Bueno, acompanhado do advogado Eduardo Kuntz, teria abordado a mãe de Cid em um evento na Hípica de São Paulo. Essas ações são investigadas como possíveis tentativas de interferência na delação premiada de Cid.
Além de Bueno e Wajngarten, também prestaram depoimento o advogado Eduardo Kuntz e seu cliente, o coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro. Kuntz apresentou ao STF mensagens trocadas com um perfil no Instagram supostamente administrado por Cid, nas quais o militar expressaria críticas ao STF e questionamentos sobre sua delação. Com base nessas mensagens, Kuntz solicitou a anulação do acordo de colaboração de Cid.
Em resposta, Cid negou ser o autor das mensagens e afirmou que sua família foi procurada por Kuntz, Bueno e Wajngarten. As investigações continuam, com a PF tendo um prazo de 10 dias para apresentar um laudo de extração e análise dos dados do celular apreendido, que pode conter informações relevantes para o caso.