Justiça de SP manda prender pai de santo acusado de estuprar fiéis pela 2ª vez
Heraldo Lopes Guimarães, conhecido como Pai Guimarães de Ogum, é suspeito de abusar sexualmente de mulheres durante sessões espirituais; ele cumprirá prisão domiciliar
Por Plox
01/07/2025 17h40 - Atualizado há 2 dias
O pai de santo Heraldo Lopes Guimarães, conhecido como Pai Guimarães de Ogum, foi novamente preso pela Polícia Militar em São Paulo. A detenção ocorreu na última segunda-feira (30), após um novo mandado de prisão preventiva ser decretado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

Com 61 anos, Guimarães é acusado de estuprar seis fiéis durante sessões espirituais realizadas entre 2011 e 2016. Ele responde por quatro estupros de vulneráveis e dois com lesão corporal. As vítimas alegam que foram abusadas durante atendimentos em templos da Umbanda sob o domínio psicológico do religioso, sendo levadas a acreditar que os atos faziam parte de um ritual de cura espiritual.
Entre os relatos, uma das vítimas afirma que tinha apenas 14 anos quando foi abusada. As sessões ocorriam tanto em templos na Zona Sul e no Centro da capital quanto na casa do acusado. Em 2020, três mulheres prestaram depoimentos semelhantes, acusando Guimarães de se aproveitar da sua posição de líder religioso.
Pai Guimarães estava em liberdade desde 2023, quando a Justiça revogou a prisão domiciliar que ele cumpria desde 2021. No entanto, o Ministério Público solicitou novamente a prisão preventiva, alertando para o risco de interferência no processo e a gravidade dos crimes. O TJ-SP acatou o pedido e determinou a nova prisão.
Diante de seu estado de saúde, que inclui problemas cardíacos, a Justiça decidiu que o réu cumprirá prisão domiciliar. Ele só poderá deixar sua residência com autorização judicial e para buscar atendimento médico.
A defesa do pai de santo, feita pela advogada Ana Paula Oliveira Guimarães, alegou erro na execução inicial do mandado, que previa recolhimento em unidade prisional. A Justiça já teria corrigido a medida, convertendo-a em prisão domiciliar.
Após as denúncias, Guimarães foi afastado de suas funções como presidente municipal do PMB em São Paulo e da presidência da Associação Brasileira dos Religiosos de Umbanda, Candomblé e Jurema (Abratu). O processo ainda está em fase de instrução, sem data definida para julgamento. A pena para estupro de vulnerável pode chegar a 15 anos de prisão por vítima.