EUA registram crescimento da Hanseníase: uma volta preocupante ao passado

Somente em 2020, foi registrado 159 casos nos Estados Unidos, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC)

Por Plox

01/08/2023 21h15 - Atualizado há 12 meses

Os Estados Unidos têm observado uma preocupante tendência no crescimento dos casos de hanseníase, doença muitas vezes referida como 'doença medieval' devido à sua prevalência na época. A condição é popularmente conhecida como lepra e é causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Nos últimos dez anos, o país presenciou um dobramento do número de casos, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

 

Foto: Divulgação / Centers for Disease Control and Prevention

O aumento das taxas de infecção

Este crescente número de infecções de Hanseníase está levando a questionamentos sobre a doença se tornando endêmica em algumas partes do sudeste americano. Um destaque particular é o estado da Flórida, que tem visto um notável crescimento dos casos. Os dados apontam que a região central da Flórida responde por mais de 20% das infecções no país.

Por conta dessa escalada, as autoridades da Flórida adotaram medidas de vigilância passiva da doença. A legislação estadual torna obrigatório que os médicos informem os casos de hanseníase dentro de um dia útil. De acordo com uma carta divulgada pelo CDC na segunda-feira (01), foi informado que em 2020 foram registrados 159 novos casos de Hanseníase nos Estados Unidos.

Confrontando com o passado

Apesar de alarmantes, os números atuais ainda estão longe dos registrados na Idade Média, quando a doença se espalhou de maneira devastadora pela Europa. Neste período, um em cada 30 indivíduos contraiu a doença, resultando em uma das piores epidemias da história mundial. A disseminação foi de tal magnitude que pacientes com hanseníase eram isolados em uma ilha para proteger a população geral. No entanto, a situação mudou radicalmente na virada do século XVI, quando a incidência da doença diminuiu significativamente, tornando-se cada vez mais rara.

Os sinais da doença

Os sintomas da hanseníase geralmente levam de cinco a sete anos para se manifestar e podem variar significativamente. Alguns pacientes podem desenvolver tumores, caroços e úlceras, enquanto outros podem notar uma descoloração ou dormência na pele.

Em um mundo cada vez mais globalizado, com fácil deslocamento de pessoas, a vigilância de doenças como a hanseníase é essencial para proteger a saúde pública. O ressurgimento desta 'doença medieval' serve como um lembrete para as autoridades de saúde pública sobre a importância da prevenção e controle de doenças.

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