Bradesco avalia impactos da Lei Magnitsky após sanção a Moraes
CEO da instituição afirma que banco cumprirá determinações legais dos EUA e aguarda pareceres jurídicos
Por Plox
01/08/2025 15h22 - Atualizado há 2 dias
- Durante uma coletiva realizada logo após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2025, Marcelo Noronha, CEO do Bradesco, afirmou que a instituição financeira seguirá a legislação americana no caso da sanção imposta ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Na última quarta-feira, o governo dos Estados Unidos incluiu Moraes na lista de sanções da Lei Magnitsky, provocando reações em setores financeiros e jurídicos brasileiros. A presença do magistrado na relação de penalizados da lei norte-americana implica possíveis consequências para bancos com operações em território americano, como é o caso do Bradesco.
\"Não discutimos a lei, nós cumprimos a lei\"
, declarou Noronha, sem deixar margem para dúvidas quanto à postura do banco diante das sanções. Segundo ele, embora um parecer jurídico interno já tenha sido elaborado, a instituição ainda espera por dois pareceres adicionais de escritórios especializados dos Estados Unidos para concluir a análise completa dos impactos.
Atualmente, o Bradesco mantém presença no mercado norte-americano por meio de uma agência, uma filial e duas empresas intermediárias, o que potencialmente o expõe às implicações da Lei Magnitsky. Como medida preventiva, o banco avalia até mesmo a possibilidade de romper vínculos com o ministro, em um esforço para evitar punições secundárias que possam afetar suas operações internacionais.
A declaração de Noronha acontece em um momento de incerteza para bancos brasileiros com negócios no exterior. O caso ainda está sendo monitorado de perto pelo setor financeiro e pode abrir precedentes quanto ao tratamento de sanções estrangeiras aplicadas a autoridades nacionais.