Gilmar Mendes condena ataques e defende papel do STF
Ministro critica ações de parlamentares contra Alexandre de Moraes e reforça que o Supremo seguirá firme diante de pressões externas
Por Plox
01/08/2025 11h42 - Atualizado há 1 dia
Durante a reabertura oficial dos trabalhos do Supremo Tribunal Federal (STF) no segundo semestre, realizada nesta sexta-feira (1º), o ministro Gilmar Mendes fez um pronunciamento contundente em defesa da Corte e de seus integrantes. Ele foi o segundo a se manifestar em solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes, que se tornou alvo recente de sanções anunciadas pelo governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump.

Mendes, que ocupa a posição de decano da Corte, classificou os recentes episódios como parte de uma escalada de “ataques injustos” e alertou para os riscos que essas ações representam à estabilidade institucional brasileira. “Nos últimos dias temos acompanhado com perplexidade uma escalada de ataques contra membros do STF e assim contra toda a corte e contra o povo brasileiro”, afirmou, adotando um tom firme, porém sereno.
Antes dele, o presidente do STF, Luis Roberto Barroso, já havia se posicionado contra a inclusão de Moraes na lista de sanções da Lei Magnitsky pelos EUA. A medida foi duramente criticada por ministros da Corte e também por lideranças políticas que enxergam a atitude como uma interferência em assuntos internos do país.
Em seu discurso, Gilmar Mendes ressaltou que tais ações têm origem política e demandam uma resposta proporcional. Ele foi categórico ao dizer que os ataques são uma tentativa de sabotar a democracia brasileira.
“Os atos decorreram de uma ação orquestrada de sabotagem contra o povo brasileiro, por pessoas avessas à democracia, armadas com os mesmos radicalismos e desinformação que vêm caracterizando suas condutas há alguns anos”
, declarou.
Sem citar diretamente o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem atuado junto a autoridades norte-americanas pela imposição de punições ao ministro Moraes, Mendes afirmou que atitudes como essas configuram “crime de lesa pátria”.
O ministro também reforçou que, independentemente das pressões e ataques, o STF manterá sua imparcialidade ao julgar casos relacionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro e aos envolvidos nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Ao encerrar sua fala, Gilmar Mendes reiterou a confiança na robustez do sistema democrático brasileiro. “A democracia e as instituições brasileiras são fortes e resilientes. É por isso que o STF permanecerá inabalável em sua missão de servir à Constituição e ao povo brasileiro”, concluiu.