Jantar no Alvorada revela racha no STF
Apenas seis dos onze ministros comparecem a evento convocado por Lula em apoio a Alexandre de Moraes
Por Plox
01/08/2025 10h20 - Atualizado há 3 dias
A noite de quinta-feira (31) no Palácio da Alvorada foi marcada por um jantar que deveria simbolizar coesão entre o Judiciário e o Executivo, mas que acabou evidenciando uma fissura entre os próprios ministros do Supremo Tribunal Federal. Convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o encontro foi idealizado para expressar solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes, recentemente incluído na lista de sanções da Lei Magnitsky pelo governo de Donald Trump, nos Estados Unidos.

Apesar da intenção de reunir todos os 11 magistrados da Suprema Corte, apenas seis marcaram presença: além do próprio Moraes, estiveram no jantar os ministros Edson Fachin, Cristiano Zanin, Gilmar Mendes, Flávio Dino e o atual presidente da Corte, Luís Roberto Barroso. Já os ministros Dias Toffoli, Nunes Marques, Luiz Fux, Cármen Lúcia e André Mendonça optaram por não comparecer, reforçando os sinais de desacordo sobre como o Supremo deve reagir à medida do governo norte-americano.
A reunião teve início por volta das 19h, embora Lula tenha chegado com cerca de vinte minutos de atraso. Ao longo de quase três horas, os presentes discutiram os desdobramentos diplomáticos e jurídicos da sanção aplicada a Moraes. O ambiente, que deveria ser de unidade, refletiu a fragmentação do posicionamento entre os ministros.
Além dos integrantes do STF, participaram do encontro o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski; o procurador-geral da República, Paulo Gonet; e o advogado-geral da União, Jorge Messias. Este último estuda alternativas jurídicas para questionar a validade da sanção norte-americana em solo brasileiro.
\"A ausência de quase metade dos ministros demonstra uma resistência interna no Supremo sobre como enfrentar essa pressão internacional\", avaliou um dos presentes sob condição de anonimato.
O gesto político de Lula, ao tentar promover uma frente sólida em defesa de Moraes, acabou revelando a dificuldade em unificar o discurso do Judiciário brasileiro diante de um episódio de repercussão internacional.