Ministros do STF recusam carta de apoio a Moraes

Tentativa de coletar assinaturas para documento contra sanções dos EUA fracassa e revela divisão na Corte

Por Plox

01/08/2025 10h26 - Atualizado há 1 dia

A iniciativa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de articular uma manifestação pública de apoio dos demais membros da Corte não encontrou o respaldo esperado. Após ser incluído na lista de sanções da Lei Magnitsky pelos Estados Unidos, Moraes buscou, sem sucesso, o apoio unânime de seus colegas para assinar uma carta em sua defesa.


Imagem Foto: STF


Segundo informações divulgadas pelo site Poder360, mais da metade dos ministros avaliou que seria inadequado que o STF emitisse um posicionamento institucional criticando uma medida interna do governo norte-americano. A resistência gerou frustração em Moraes, que esperava uma reação coletiva diante das restrições impostas por Washington.



Como alternativa à carta, uma nota oficial foi divulgada em tom neutro, assinada apenas pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso. O texto, que não menciona diretamente os Estados Unidos, buscou manter a neutralidade diante do impasse entre os ministros.



Em paralelo, o Palácio do Planalto organizou um jantar na noite de quinta-feira (31), no Palácio da Alvorada, com o objetivo de demonstrar coesão institucional. O evento contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e teve como proposta reunir todos os ministros do Supremo, em um gesto simbólico semelhante ao realizado após os ataques de 8 de janeiro de 2023.



No entanto, o encontro refletiu o mesmo clima de divisão visto na recusa à carta. Compareceram apenas seis dos onze ministros: além de Moraes, estiveram presentes Cristiano Zanin, Edson Fachin, Flávio Dino, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso. Os demais — André Mendonça, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux e Nunes Marques — não participaram.



Uma das ausências mais sentidas foi a de Fachin, que teria participado do jantar a contragosto. Ele será o próximo presidente do STF dentro de dois meses e, por razões institucionais, entendeu que não poderia se ausentar, já que Moraes será seu vice. A percepção entre alguns ministros, segundo a reportagem, é de que Moraes estaria conduzindo o Supremo por um “caminho sem volta”.



\"A percepção entre os membros da Corte é de que Moraes estaria levando o STF para um caminho sem volta\", afirmou uma fonte ligada ao tribunal

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