Chefs argentinos estão retirando o salmão de seus cardápios
Retirar esse peixe dos pratos começou depois que o estreito de Beagle passou a ser alvo de grandes produtoras do salmão de cativeiro
Por Plox
01/09/2019 14h24 - Atualizado há mais de 5 anos
O salmão, peixe encontrado em águas geladas e muito apreciado na culinária mundial, tem sido retirado do cardápio de chefs argentinos de restaurantes famosos no país e no exterior. Especialistas em vida marinha afirmam que a produção de salmão em cativeiro pode a causar desequilíbrio ambiental.
O foco dos donos de restaurantes é o cuidado com a saúde, o incentivo ao consumo de peixes argentinos e a proteção do canal de Beagle, que fica em Ushuaia, na Patagônia.
Foto: Reprodução
Retirar o salmão dos pratos desses estabelecimentos começou depois que o estreito de Beagle passou a ser alvo de grandes produtoras do salmão de cativeiro. Com isso, até mesmo se criou um projeto de lei impedindo esse desembarque. Na Dinamarca, houve a defesa de que a piscicultura não seja ampliada, pois a atividade prejudicaria o ambiente marinho. Nos Estados Unidos, haverá restrição de peixes em cativeiro a partir de 2025, inclusive o salmão no Atlântico.
Em poucas partes do mundo ainda é possível encontrar salmão natural, mas esses peixes criados em cativeiro lideram, de acordo com o biólogo Gustavo Lovrich, da Argentina. "Os lobos marinhos são atraídos pelas jaulas, podem rompê-las e os salmões fugirem. Quando estão livres, os salmões competem pelos mesmos alimentos que os pinguins, como as sardinhas, por exemplo", explica Lovrich.
Ameaça ao ecossistema
Estudiosos envolvidos no tema sobre o debate sobre o mercado de salmão, os cativeiros se mostrariam ameaçadores ao ecossistema do canal de Beagle e que os restos de comida e de fezes e líquidos, como a urina do salmão poderiam impactar na saúde do canal.
Apesar das discussões, o consumo da carne do salmão (de cativeiro ou não), é bastante recomendável, segundo a nutricionista e professora da área de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e consultora da Associação Brasileira de Nutrição (Asbran), Viviane Lansky. "Os pescados são recomendáveis à saúde, porém a composição nutricional dos peixes criados em cativeiro depende da ração que é fornecida (a eles), principalmente os teores de ômega 3. Isso quer dizer que o salmão de cativeiro poderá ter mais ou menos ômega 3 que o salmão selvagem, dependendo da composição da ração".
Atualizada às 8h27