Zema sai em defesa de Nikolas após crítica de Lula
Governador de Minas reagiu a fala do presidente, que associou vídeo do deputado sobre Pix à defesa do crime organizado
Por Plox
01/09/2025 11h02 - Atualizado há 3 dias
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), utilizou as redes sociais nesta segunda-feira (1º) para defender o deputado federal Nikolas Ferreira (PL), após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) associar um vídeo do parlamentar à defesa do crime organizado.
Foto: Redes sociais
A declaração do presidente foi dada em entrevista à Rádio Itatiaia, quando afirmou que
“tem um deputado que fez uma campanha contra as mudanças que a Receita Federal propôs. Agora ‘tá’ provado que o que ele estava fazendo era defender o crime organizado e nós não vamos dar trégua para o crime organizado”
. Embora Lula não tenha citado nomes, a fala foi interpretada como referência direta a Nikolas, autor de vídeos criticando medidas da Receita sobre o Pix.
Pelas redes sociais, Zema rebateu o comentário e classificou a fala de Lula como um ataque político. “As acusações do Lula que tentam atingi-lo são infundadas e não resistem à verdade. Esse é mais um ataque da máquina petista contra seus opositores”, escreveu o governador.
O deputado Nikolas Ferreira também reagiu de forma contundente, prometendo acionar a Justiça contra o presidente. Em nota publicada nas redes, chamou a fala de “canalhice” e afirmou: “Em rede nacional, Lula cometeu a canalhice de afirmar, dolosamente e sem prova alguma, que eu DEFENDI o crime organizado. Uma mentira torpe, criminosa e irresponsável. Irei à Justiça para que responda por essa difamação assim como farei com todos os demais”.
Além disso, o parlamentar publicou vídeos e mensagens relacionando governos do PT ao crime organizado. Ele ironizou a fala do presidente, perguntando como um vídeo de 2025 poderia influenciar operações de facções criminosas ocorridas entre 2020 e 2024. “Eu sou o quê? O viajante do tempo agora?”, provocou.
No início do ano, Nikolas divulgou o vídeo que originou a polêmica, no qual classificava a Instrução Normativa da Receita Federal, que obrigava comunicação de transferências eletrônicas acima de R$ 5 mil, como uma tentativa de “taxar o Pix”. A norma acabou sendo revogada posteriormente.
O vice-governador de Minas, Mateus Simões (Novo), também manifestou apoio a Nikolas, adotando o mesmo tom crítico de Zema. “Querem desmoralizar quem pensa diferente, mas não vão conseguir. Minas segue ao lado da verdade”, afirmou.
A controvérsia ocorre em um momento de tensão política, marcado pelo início do julgamento no STF contra Jair Bolsonaro e aliados acusados de tentativa de golpe, contexto em que a troca de acusações entre governo e oposição ganha ainda mais destaque.