Empresária que morreu após seis cirurgias plásticas simultâneas sofreu embolia pulmonar

Viviane Lira Monte, de 24 anos, ficou mais de 20 dias na UTI após os procedimentos; família suspeita de negligência médica

Por Plox

01/10/2024 09h51 - Atualizado há 3 meses

A empresária Viviane Lira Monte, natural do Ceará, faleceu no dia 26 de setembro depois de realizar seis cirurgias plásticas simultâneas na cidade de Sobral, interior do estado. Dias após os procedimentos, ela foi diagnosticada com embolia pulmonar, conforme consta no Boletim de Ocorrência registrado pela família, que suspeita de possível negligência médica por parte do cirurgião responsável.

Procedimentos e quadro de saúde

De acordo com Renan Santiago, companheiro de Viviane, os procedimentos custaram aproximadamente R$ 40 mil, valor que a jovem economizou por meses. As intervenções estéticas realizadas foram:

  • Mamoplastia redutora
  • Lipoaspiração no abdômen
  • Lipoaspiração nos braços
  • Lipoaspiração nas costas
  • Lipoaspiração no pescoço
  • Lipoenxertia glútea

Viviane foi submetida às cirurgias no dia 31 de agosto e liberada no dia seguinte por um médico plantonista. Ao chegar em casa, a empresária relatou dores intensas, dificuldade para urinar e dormência no corpo. A família contatou o cirurgião plástico, que recomendou que ela fosse levada a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Neste momento, ele já havia deixado Sobral.

Diagnóstico e internação

Na UPA, Viviane foi diagnosticada com embolia pulmonar, uma condição grave em que um coágulo obstrui um vaso sanguíneo do pulmão, impedindo a passagem de sangue. Diante da gravidade do quadro, foi determinada sua transferência para a UTI do Hospital Regional Norte (HRN).

Evolução do quadro clínico

A família da empresária relatou que o cirurgião visitou Viviane no segundo dia de internação, alegando que a cirurgia tinha sido um sucesso. Ele voltou ao Rio de Janeiro, sua cidade de residência, mas informou que manteria contato com a equipe médica que acompanhava a paciente.

Viviane manteve-se estável até o dia 25 de setembro, quando seu quadro clínico se agravou, exigindo uma intervenção cirúrgica de emergência. No entanto, antes que o procedimento fosse iniciado, ela sofreu duas paradas cardíacas, foi entubada e não resistiu.

Investigação e suspeitas

Conforme relato da família, o cirurgião chegou ao hospital horas antes do falecimento de Viviane, entrou em contato com a equipe médica da UTI e deixou o local sem falar com os familiares. A Secretaria de Segurança Pública do Ceará confirmou que a Delegacia Municipal de Sobral está investigando o caso após o registro do boletim de ocorrência.

Questionamentos sobre a conduta médica

Os parentes da empresária acreditam que houve negligência, já que outros profissionais consultados anteriormente por Viviane recusaram-se a realizar todos os procedimentos de uma só vez. "Ela pesquisou outros médicos, mas todos disseram que não seria possível fazer tantas cirurgias juntas. Ele aceitou", disse Ayrton Alcântara, amigo da vítima. Viviane completaria 25 anos no dia 27 de setembro, um dia após seu falecimento.

A família questiona a atitude do cirurgião que realizou todas as intervenções simultaneamente, levantando suspeitas sobre imprudência e possível ilusão sobre os riscos envolvidos.

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