Vídeo: julgamento em Ipatinga: defesa pede negativa de autoria em caso de triplo homicídio

Nesta quarta-feira (1º), teve início na Câmara Municipal de Ipatinga o julgamento dos acusados de participação em um triplo homicídio ocorrido em 2019, em Ipaba. O caso, que gerou grande repercussão no Vale do Aço, volta ao plenário do júri com forte expectativa da comunidade.

O crime aconteceu na noite de 30 de março de 2019, quando um homem armado entrou em um bar da cidade e atirou contra as pessoas que estavam no local. As vítimas foram identificadas como Helizecristian Graziela de Oliveira, de 30 anos, proprietária do bar; o marido dela, Junio Alves Trega, de 29; e o amigo do casal, Washington de Freitas Procópio, de 26 anos. A perícia constatou que Helizecristian foi atingida por 17 tiros, Junio por sete e Washington por cinco.

O acusado, então com 24 anos, foi localizado pela Polícia Militar poucas horas depois do crime em sua residência e detido. Desde então, responde ao processo que agora é analisado pelo júri popular.

Foto: Andressa Estevão/PLOX

A defesa está muito tranquila em sustentar aqui hoje a tese de negativa de autoria, porque os fatos apresentados aos jurados, quando analisados detidamente nos autos, mostram que os elementos colhidos, apesar da boa investigação feita pela Polícia Civil, não são suficientes para comprovar com clareza a participação dos réus", afirmou o advogado Gerci Moreira.

O processo começa com um boletim de ocorrência e o relato de uma testemunha, mas ao longo da investigação várias pessoas foram ouvidas, e na denúncia inicial seis pessoas chegaram a ser acusadas. Com o decorrer do processo, duas foram impronunciadas. Hoje, sustentamos a negativa de autoria porque acreditamos na palavra dos réus, que negam a participação, e entendemos que as provas não são convincentes".

Estamos tranquilos em defender essa tese, pois verificamos diversas inconsistências no processo de investigação. Um dos réus está preso há seis anos e recentemente perdeu a mãe, o que reforça a necessidade de justiça ser feita com equilíbrio e responsabilidade".

Segundo a defesa, ambos os acusados deverão prestar depoimento em plenário. Os advogados afirmaram que se apoiam no princípio de que "quem não deve não teme" e esperam que, diante das provas apresentadas, a decisão dos jurados reflita a inocência de seus clientes.

O julgamento segue acompanhado de perto por veículos de imprensa e moradores da região, que aguardam com atenção o desfecho de um dos casos mais marcantes do Vale do Aço nos últimos anos.