Bolsonaro se pronuncia pela primeira vez após derrota

Presidente falou sobre o resultado da eleição e sobre a manifestação dos caminhoneiros

Por Plox

01/11/2022 16h02 - Atualizado há cerca de 2 anos

Dois dias depois do segundo turno das eleições, o presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas urnas, falou pela primeira vez sobre o resultado na tarde desta terça-feira (01). Em dois minutos e cinco segundos de discurso no, Bolsonaro agradeceu os votos dos 58 milhões de eleitores, destacou a representatividade da direita conservadora no Congresso Nacional a partir de 2023, reconheceu a legitimidade de manifestações populares, mas criticou aquelas que interferem no direito dos demais cidadãos de ir e vir, comparando essa atitude aos protestos de grupos de esquerda. O pronunciamento, transmitido ao vivo pela Plox, foi feito do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da república.

 

O pronunciamento era aguardado ainda na noite do domingo, após a apuração dos votos que deu a vitória a Luís Inácio Lula da Silva. E poucas horas após o resultado das urnas, caminhoneiros bolsonaristas começaram a ocupar as estradas do país contestando a derrota do presidente, o primeiro depois da redemocratização que não foi reeleito.

Paralisação de caminhoneiros bolsonaristas

 

Conforme os manifestantes, o protesto é contra a eleição de Lula (PT), os caminhoneiros também alegam que houve fraude no processo eleitoral. Inicialmente, os representantes da manifestação afirmaram que ficariam pelo menos 72 horas paralisados, e a desmobilização dependeria do pronunciamento oficial do presidente.

Faixas expostas por manifestantes na BR-381, no bairro Horto, em Ipatinga, no estado de Minas Gerais, mostram o desejo de uma intervenção federal, para que o futuro presidente não assuma o cargo. Uma das faixas também carrega os dizeres: “Nossa bandeira só será vermelha, se o vermelho for de sangue!”.

Faixas expostas no bairro Horto, em Ipatinga. Foto: Matheus Valadares/Plox.


Íntegra do discurso de Bolsonaro:

Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir.

A direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade. Formamos diversas lideranças em todo o Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso.

Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra. Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar as mídias e as redes sociais.

Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição. É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira. Muito obrigado.


 

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