Pesquisa aponta maior otimismo dos lojistas para a Black Friday em Minas Gerais

Comerciantes projetam aumento expressivo nas vendas

Um levantamento do Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG mostra que 63,3% dos comerciantes mineiros creem que suas vendas vão crescer até 40% durante a Black Friday deste ano. A expectativa é ainda maior para 10,8% dos empresários, que esperam alta superior a 50% nas vendas.

Quase 95% das empresas de comércio no estado conhecem a Black Friday. Entre elas, 39,2% pretendem aderir às promoções neste ano — índice levemente superior ao registrado no ano passado. A data ocorre no dia 28 de novembro, última sexta-feira do mês.

Black Friday pouco interfere nas vendas de Natal

Para a maioria dos varejistas, a Black Friday não prejudica o desempenho do Natal: 63,3% afirmam que o evento não interfere nas vendas natalinas e 22,9% enxergam até mesmo impacto positivo. Apenas 13,7% percebem efeitos negativos, principalmente por antecipação das compras de fim de ano e pelo fato do consumidor gastar antes e ficar sem recursos para o Natal.

Descontos agressivos e participação crescente

A pesquisa Expectativa de Vendas Black Friday analisou informações entre os dias 15 e 24 de outubro, coletando respostas de 413 empresas em todas as regiões de planejamento de Minas Gerais. O levantamento aponta que mais de 15% das empresas estudadas vão oferecer descontos superiores a 50%. No entanto, 35,7% ainda não definiram o percentual dos descontos neste ano.

Os descontos da Black Friday devem ser aplicados por 38,4% das lojas físicas e 21,9% das lojas virtuais.

No ano passado, as promoções chegaram a mais de 50% de desconto em 22,2% das empresas analisadas, com 59,7% registrando crescimento de até 40% nas vendas.

Estratégias para aumentar as vendas

Em 2025, 41,1% das empresas apontam que vão investir em descontos, além de promoções e divulgação. Muitos empresários citam essas ações como fundamentais para o sucesso na Black Friday.

Desafios e motivos para não participar

Segundo a pesquisa, 58,3% dos empresários não preveem nenhum obstáculo relevante para as vendas durante a Black Friday. Mas 16,6% mencionam a crise econômica e baixo fluxo de vendas como desafios, enquanto 13,2% consideram a concorrência um impeditivo.

Para os que não participam da data, os principais motivos são: não querer aderir à campanha (70,6%), considerar que a Black Friday não é lucrativa (15%), esperar baixo movimento (14,5%) e falta de recursos para investir (14%).

Black Friday ajuda comércio em momento de juros altos

O contexto econômico, marcado por juros elevados e endividamento das famílias, faz da Black Friday uma saída estratégica para o comércio de Minas Gerais, conforme avalia Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG.

A data permite ao consumidor antecipar compras com descontos expressivos, o que pode aliviar a pressão sobre o orçamento familiar e estimular o consumo, aumentando as vendas do varejo. Neste sentido, para os empresários, é uma chance de girar estoque, atrair novos clientes e gerar liquidez. Acrescido a isso, a pesquisa mostra que a adesão à Black Friday tem crescido, e a percepção majoritária é de que ela não compromete as vendas de Natal, o que reforça ainda mais a importância da data como parte do calendário promocional do varejo – Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG

Sobre a Fecomércio MG

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG) representa mais de 750 mil empresas do setor no estado, abrangendo 54 sindicatos. Sob sua administração estão o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) em Minas Gerais, além de forte atuação em defesa dos interesses do setor junto ao poder público e à sociedade.

No cenário nacional, a federação trabalha em parceria com a Confederação Nacional do Comércio (CNC) na busca por melhores condições para o setor, como avanços tributários, negociações coletivas e outros benefícios, impulsionando o desenvolvimento econômico do estado há mais de oito décadas.