Mulher é presa por agredir filho de cinco anos por fazer xixi na calça

Ela teria usado um chinelo e cabo de rodo para cometer a agressão

Por Plox

01/12/2020 20h46 - Atualizado há mais de 3 anos

Uma mulher foi presa por agredir o próprio filho, de cinco anos, por ele ter feito xixi nas calças. Ela teria usado um chinelo e cabo de rodo para cometer a agressão. O caso aconteceu no último sábado (26).

Confira, abaixo, o relato completo e exclusivo da conselheira tutelar sobre o caso, que aconteceu no último sábado (28):

"Não teve quem não se emocionou e chorou no hospital ao ver a situação do menino. Era grave mesmo. Ele apanhou com chinelo e cabo de rodo, inclusive na cabeça, pela própria mãe. Ele tem 5 anos e conseguiu nos contar com detalhes todos os fatos. Ele me disse que tudo começou porque pediu a ajuda da mãe para ir ao banheiro. Ele queria fazer xixi e precisava que ela tirasse a calça dele. Ela disse que não iria ajudar, mas ele seguiu pedindo e ela sempre negando. No entanto, chegou um momento em que ele não aguentou e fez xixi na calça. Nesse instante, ela começou a bater nele sem parar. Primeiro, com chineladas, depois, com o cabo do rodo, inclusive na cabeça. Os médicos chegaram a suspeitar que ele tivesse sofrido traumatismo craninano por causa das marcas na cabeça. Mas, felizmente, são apenas hematomas. Mas a situação das costas da criança é inaceitável. Em algumas partes, é possível ver com clareza as marcas das tiras do chinelo.

A situação da família não é de vulnerabilidade social. A mãe é uma pessoas instruída e trabalha como vendedora em uma loja. Quem fez a denúncia foi a babá. Ela contou que não estava no momento da agressão e disse que já chegou a notar algumas marcas de agressão no menino anteriormente, mas como não parecia ser grave, nunca denunciou. Segundo ela, o menino já relatou ter tomado tapas no rosto e apanhado com chinelo outras vezes. No entanto, neste sábado, quando a mãe deixou a criança na casa da babá, ela ficou assustada com as marcas e resolveu denunciar o caso.

A mãe foi chamada ao hospital e conversamos com ela lá mesmo. Ela não demonstrou nenhum tipo de amor ou empatia com o filho, e não pareceu se preocupar em nenhum momento, apenas disse que 'perdeu a cabeça'. Ela tem outro filho, uma bebê. Com essa, sim, ela estava preocupada. Tanto o menino de 5 anos quanto a irmã foram levados para o acolhimento. Antes, o menino passou por uma bateria de exames e está bem, apesar das marcas pelo corpo. Ele também nos disse que só voltaria para casa quando ela prometesse parar de bater nele. É muito triste!

O menino e a irmã possuem pais diferentes, mas, até o momento, apenas a avó materna pediu para cuidar do neto. Ela disse que já cuidava dele antes, mas teve um problema de saúde e, por isso, pediu para a filha ficar com o menino. Por enquanto, ele continua no acolhimento e só deve sair com guarda titulada. Sobre a irmã, acreditamos que o pai biológico deve solicitar a guarda. Mesmo que o menino retorne para a família, vamos pedir para que seja realizado também um acompanhamento psicológico. Sabemos que as marcas no corpo vão sair, mas no coração e na alma, nunca. Precisamos, cada vez mais, da conscientização dos pais para protegerem seus filhos. É fundamental também que familiares e vizinhos denunciem todos os casos de agressão."

 

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução


De acordo com o Conselho Tutelar, a mãe da criança foi presa no próprio sábado. Porém, foi solta em seguida. Ela responderá pela agressão em liberdade. 

Em 2014 entrou em vigor no Brasil a Lei da Palmada, ela define "castigo físico" qualquer "ação punitiva ou disciplinar aplicada com emprego de força física que resulte em sofrimento físico ou lesão". Os pais ou responsáveis que descumprirem a lei podem ser punidos com até 4 anos de prisão. 
 

Destaques