Operação combate golpe de venda de CNH em Ipatinga

Segundo investigações, o golpe seria aplicado por alguns instrutores

Por Plox

01/12/2021 12h39 - Atualizado há mais de 2 anos

Nesta quarta-feira (1º/12), a Polícia Civil PCMG cumpriu cinco mandados de busca e apreensão referentes a investigação sobre um golpe, denominado “se colar colou”, que vem sendo aplicado por alguns instrutores na região de Ipatinga, no Vale do Aço, Minas Gerais A ação foi desencadeada pelo Departamento de Polícia Civil e pela Regional de Ipatinga.

Como funciona o golpe

O instrutor aborda o aluno do centro de formação de condutores e oferece a venda da carteira de habilitação, insinuando conluio com examinadores de trânsito. Após o pagamento ao instrutor, o exame é marcado. Havendo a aprovação do candidato por mérito próprio, o instrutor fica com o dinheiro e reitera ao aluno que a negociação foi bem sucedida. Por outro lado, quando o candidato é reprovado, o instrutor alega que o acordo seria com outro examinador, justificando a reprovação. Ao tentar fazer novo acordo, o instrutor, muitas das vezes, retêm o valor já recebido.

O chefe do 12º Departamento, delegado-geral Gilmaro Alves Ferreira, destaca que nesse golpe não há participação de funcionário público. Esse tipo de crime, popularmente conhecido como “venda da fumaça”, está previsto no artigo 332 do Código Penal Brasileiro, com pena de 2 a 5 anos de reclusão: “Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função”.

Investigação

Em alguns casos, conforme apontam as investigações, os alunos teriam deixado valores com instrutores por quatro ou cinco vezes, aguardando a aprovação. “O golpe conta com o receio do aluno em denunciar, visto que o instrutor, em uma das pontas, toma essa atitude sabendo que a facilitação não existe, mas aguarda que não haverá questionamento por parte do aluno junto ao examinador de trânsito, aquele com autoridade para aprovar ou reprovar. Em raríssimas vezes, esse questionamento ocorre, e foi justamente o que provocou o início da operação policial”, conta o delegado

A Polícia Civil e o Ministério Público orientam àqueles que tenham repassado valores para instrutores de centro de formação de condutores com a promessa de aprovação, procurem a polícia, tendo sido aprovados ou não.
 

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