Dívida pública do Brasil ultrapassa R$ 9 trilhões, marcando recorde histórico
Banco Central divulga crescimento de 0,4 ponto percentual da relação dívida/PIB em outubro, atingindo 78,6%
Por Plox
01/12/2024 12h13 - Atualizado há 10 dias
Pela primeira vez na história, a dívida bruta do Brasil superou a marca de R$ 9 trilhões, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (29). Esse montante equivale a 78,6% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, com o valor referente ao mês de outubro de 2024.
Impacto no governo Lula
Desde o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que inclui o governo federal, o INSS, além das administrações estaduais e municipais, acumulou um crescimento significativo, somando R$ 1,8 trilhão. Em 2024, o aumento foi de R$ 952,6 bilhões, consolidando um cenário de aceleração no endividamento público.
Fatores que impulsionaram o aumento da dívida em outubro
A alta de 0,4 ponto percentual em relação a setembro de 2024 foi impulsionada por uma combinação de fatores, entre eles:
- Juros nominais apropriados: Representaram um acréscimo de 0,7 ponto percentual.
- Desvalorização cambial: Contribuiu com mais 0,3 ponto percentual.
- Resgate líquido de dívida: Gerou um impacto negativo de -0,1 ponto percentual.
- Variação do PIB nominal: Reduziu a relação em 0,5 ponto percentual.
Crescimento acumulado da dívida em 2024
No acumulado do ano, a dívida registrou um aumento equivalente a 4,2 pontos percentuais do PIB. Os principais componentes desse crescimento incluem:
- Incorporação de juros nominais: Adicionaram 6,3 pontos percentuais à dívida.
- Emissão líquida de dívida: Representou um aumento de 1,1 ponto percentual.
- Desvalorização cambial acumulada: Contribuiu com mais 0,7 ponto percentual.
- Reconhecimento de dívida: Adicionou 0,2 ponto percentual.
- Crescimento do PIB nominal: Aliviou a relação, com uma redução de 4,1 pontos percentuais.
Cenário histórico e desafios fiscais
O relatório, parte da série de estatísticas fiscais do Banco Central iniciada em 2006, mostra que o endividamento público atingiu níveis sem precedentes, refletindo desafios estruturais na gestão das contas públicas. As pressões relacionadas aos juros altos, variações cambiais e emissões de dívida apontam para a necessidade de políticas fiscais mais rigorosas.