Marinha reage ao governo com vídeo provocativo: ‘privilégios?’

Militares criticam mudanças no pacote fiscal de Haddad; transição na aposentadoria é ponto de embate.

Por Plox

01/12/2024 22h48 - Atualizado há 2 dias

A Marinha do Brasil lançou um vídeo neste domingo (1º), endereçando críticas ao governo federal após o anúncio de mudanças na Previdência das Forças Armadas, parte do pacote fiscal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O material, publicado nas redes sociais, confronta diretamente o governo ao questionar os chamados "privilégios" dos militares, tema central das recentes propostas de reforma.

Foto: Reprodução Flickr / Marinha do Brasil

Crítica direta em vídeo: 'privilégios?'

O vídeo, divulgado em alusão ao Dia do Marinheiro, comemorado em 13 de dezembro, apresenta imagens de marinheiros enfrentando situações extremas: de treinamento extenuante a operações em cenários adversos, como ruas alagadas e resgates marítimos. Em contraste, a publicação exibe cenas de civis desfrutando momentos de lazer, sugerindo uma comparação entre os sacrifícios dos militares e a percepção pública sobre sua rotina.

Ao chegarmos em dezembro, homenageamos os Marinheiros e Fuzileiros, que abdicam de suas famílias e dos momentos de lazer para proteger as riquezas do Brasil no mar”, destaca o texto. A mensagem finaliza com uma provocação feita por uma marinheira: “Privilégios? Vem pra Marinha”.

Reunião com Lula e pressão por transição suave

O tensionamento aumentou após um encontro no sábado (30) entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro da Defesa, José Múcio, e os comandantes das Forças Armadas. Durante a reunião, os militares solicitaram uma transição mais gradual para a idade mínima de aposentadoria, que o governo quer fixar em 55 anos.

As mudanças fazem parte de um conjunto de medidas anunciadas por Haddad, que também inclui:

  • A extinção do pagamento de pensões a parentes de militares expulsos das Forças Armadas.
  • O fim da transferência de pensões entre familiares, ação que visa corrigir distorções apontadas pela equipe econômica.

Aprovação depende do Congresso Nacional

Para que o pacote entre em vigor, as propostas precisam passar pelo crivo do Congresso. Nesse sentido, o governo tem contado com um sinal positivo dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que indicaram receptividade às reformas.

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