O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) fez neste sábado (29) uma dura crítica ao sistema de Justiça brasileiro, ao questionar os motivos que teriam levado à libertação do empresário Daniel Vorcaro, do Banco Master, enquanto seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, segue preso. Em texto publicado nas redes sociais, ele afirma que essa dúvida ecoa “entre milhões de brasileiros”.

No texto, Carlos descreve Vorcaro como alguém “conectado ao alto empresariado, à Faria Lima, a bancos bilionários e a círculos políticos que realmente movem as engrenagens do poder em Brasília”. O vereador afirma ainda que o processo envolvendo o empresário teria “avançado e se encerrado com a rapidez típica de quem pertence ao ‘círculo certo’, onde decisões são céleres, interpretações são flexíveis e portas institucionais estão sempre abertas”.

Carlos confronta casos de Vorcaro e Bolsonaro

Ao contrapor o caso do empresário ao de Jair Bolsonaro, Carlos sustenta que o ex-presidente é “mantido preso em um processo amplamente questionado, marcado por atropelos jurídicos e pela ausência do devido processo legal”. Segundo ele, mesmo com “problemas de saúde gravíssimos”, Bolsonaro permanece isolado sob um regime que, em sua avaliação, pode colocar a vida do ex-chefe do Executivo em risco.

Para o vereador, as decisões judiciais em torno dos dois casos revelariam uma diferença de tratamento dentro do sistema de Justiça. Ele afirma que não se trata apenas de decisões técnicas, mas de um cenário em que haveria “pesos e medidas diferentes”, com punição mais dura para alguns e postura mais branda em relação a outros.

Crítica a um suposto viés político na Justiça

No texto, Carlos aponta que enxerga um “mecanismo político” em funcionamento por trás dessas decisões, um sistema que, segundo ele, fala em legalidade, mas age conforme a conveniência de determinados grupos que influenciam os bastidores do país. Para o parlamentar, a forma como o caso de Vorcaro foi conduzido e a manutenção da prisão de Bolsonaro fariam parte de um mesmo quadro.

Ele afirma que esse contexto demonstra que a “liberdade de Vorcaro e a prisão de Bolsonaro não são fatos isolados”, mas partes de uma situação em que a Justiça aparenta ter “preferências e donos”. Na avaliação do vereador, Bolsonaro luta “doente e vulnerável” em um processo que, em sua visão, não deveria prosseguir sem as garantias básicas previstas na Constituição, enquanto o país assiste ao cenário “entre a indignação e um silêncio cada vez mais imposto”.