Carlos Bolsonaro (PL-RJ) se manifestou nesta segunda-feira (1º) sobre a crise envolvendo sua madrasta, Michelle Bolsonaro, e o diretório cearense do PL, e saiu em defesa do irmão, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Em publicação nas redes sociais, o vereador se alinhou à avaliação de Flávio, que classificou como “autoritária e constrangedora” a crítica feita por Michelle ao acordo político firmado no Ceará.

Meu irmão Flávio Bolsonaro está certo. Precisamos estar unidos e respeitar a liderança do meu pai, sem deixar que outras forças nos desviem Carlos Bolsonaro

Crítica de Michelle ao acordo no Ceará

A controvérsia começou no domingo (30), quando Michelle Bolsonaro participou do lançamento da pré-candidatura do senador Eduardo Girão (Novo-CE) ao governo do Ceará. No evento, ela atacou a aliança do PL local com o ex-governador Ciro Gomes (PSDB), argumentando que o político cearense faz ataques recorrentes a Jair Bolsonaro e à família.

Michelle criticou diretamente o movimento do partido no estado ao afirmar que o PL cearense se “precipitou em fazer” a composição com Ciro e ao dizer que não é aceitável firmar acordo com quem chama o ex-presidente e seus familiares de ladrões.

Reação de Flávio e bastidores da decisão

As declarações de Michelle provocaram reação imediata de Flávio Bolsonaro, que, em entrevista a uma coluna, disse que a ex-primeira-dama ultrapassou limites ao contestar publicamente a articulação. Segundo o senador, Michelle desconsiderou que o próprio Jair Bolsonaro havia autorizado o deputado André Fernandes, presidente do PL no Ceará, a iniciar tratativas com Ciro Gomes.

Flávio afirmou que Michelle acabou “atropelando” uma decisão já tomada pelo ex-presidente ao criticar o entendimento político construído no estado.

Versão do PL cearense sobre o aval de Bolsonaro

André Fernandes corroborou a versão apresentada por Flávio ao relatar que a aproximação com Ciro Gomes foi feita com o aval de Jair Bolsonaro em uma reunião realizada ainda em maio. O parlamentar contou que o ex-presidente orientou diretamente a equipe a fazer o contato com o ex-governador cearense e validou o início das conversas entre as duas partes.

Com isso, integrantes do PL no Ceará sustentam que a movimentação local seguiu a orientação política de Jair Bolsonaro e que a crítica pública de Michelle expôs divergências internas na família e no partido em meio à disputa eleitoral no estado.