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Hytalo Santos detalha salário mensal antes de sua prisão

Em depoimento exibido pelo Fantástico, influenciador acusado de tráfico de pessoas, exploração sexual e pornografia infantil afirma que vídeos eram expressão artística da periferia e brega funk, nega receber das plataformas e diz temer estigma das acusações

01/12/2025 às 07:34 por Redação Plox

Trechos do depoimento de Hytalo Santos exibidos pelo programa Fantástico neste domingo (30/11) revelam parte da estratégia de defesa do influenciador no processo que investiga a produção e a divulgação de vídeos com adolescentes. Ele e o marido, Israel Vicente, conhecido como Euro, respondem na Justiça por tráfico de pessoas, exploração sexual e pornografia infantil.


Influenciador explicou quanto ganha ao responder perguntas durante depoimento à Justiça

Influenciador explicou quanto ganha ao responder perguntas durante depoimento à Justiça

Foto: Reprodução

Rendimentos e origem da receita

Durante a audiência, um dos pontos que mais chamou atenção foi o questionamento do Ministério Público sobre os rendimentos de Hytalo. Ao detalhar suas fontes de receita, ele afirmou que não recebia valores das plataformas onde os vídeos com adolescentes eram publicados e declarou que seus ganhos vinham de publicidade e rifas autorizadas.

Indagado sobre quanto faturava por mês, o influenciador disse que seus rendimentos variavam entre “400 e 600 mil reais”. A partir dessa fala, o Fantástico exibiu outros trechos do depoimento em que Hytalo buscou justificar a natureza do conteúdo divulgado.

Ele afirmou que o material publicado retratava o cotidiano da periferia e as coreografias do brega funk, e disse ter se sentido surpreendido pelas denúncias, relatando desconforto com o andamento da investigação.

Defesa sobre teor dos vídeos

Ao comentar o impacto das acusações, Hytalo afirmou que se considerava injustiçado por, segundo ele, ter ajudado crianças e adolescentes que aparecem nos autos do processo. Em outro momento, negou ter gravado cenas de teor sexual e classificou os vídeos como expressão artística ligada à realidade da periferia e ao brega funk.

Ele também declarou que não acompanhava o volume de interações nas publicações, ao ser questionado pelo Ministério Público sobre comentários que sugeriam interpretação sexual do conteúdo.

Acusações do Ministério Público

O Ministério Público sustenta que parte dos adolescentes chegou a morar com o casal em um condomínio em Bayeux, na Grande João Pessoa, e afirma que o conteúdo divulgado caracterizava exploração.

Em audiência, o órgão questionou se Hytalo tinha conhecimento de comentários com conotação sexual. O influenciador respondeu que as publicações chegavam a registrar dezenas de milhares de comentários e que, segundo ele, a maioria se concentrava na força e na popularidade dos personagens retratados.

Hytalo também disse que não havia acordo formal de pagamento aos jovens. Segundo seu relato, a ajuda financeira aos pais não era fruto de obrigação ou de um combinado, mas de uma iniciativa que ele considerava espontânea.

Repercussão e outros processos

O caso ganhou grande repercussão após a publicação de um vídeo do influenciador Felca, que criticava a chamada adultização de menores na internet. A partir dessa exposição, o GAECO pediu a prisão de Hytalo e de Israel.

O casal foi detido em São Paulo e transferido para a Paraíba. A Justiça negou o pedido de soltura apresentado pela defesa, que alega que o conteúdo pode ser visto como sensual, mas argumenta que esse tipo de material não é, por si só, criminalizado e que não haveria demonstração de pornografia.

Paralelamente ao processo criminal, Hytalo e Israel também respondem a uma ação do Ministério Público do Trabalho, na qual são acusados de tráfico de pessoas para exploração sexual e de submeter menores a condições degradantes.

Impacto pessoal das denúncias

Em outro trecho exibido pelo Fantástico, Hytalo apareceu chorando ao comentar o efeito das denúncias sobre a própria imagem e reputação. Ele relatou que teme carregar para sempre o estigma das acusações e que acredita não conseguir se desvincular da forma como passou a ser visto após o início das investigações.

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