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Política
Audiência na Câmara de Ipatinga discute criação de Hospital Regional do Vale do Aço
Diante de superlotação na rede hospitalar e déficit de leitos SUS, vereadores, Ministério Público e entidades cobram pacto regional por unidade de alta complexidade para o Vale do Aço
01/12/2025 às 16:42por Redação Plox
01/12/2025 às 16:42
— por Redação Plox
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A Câmara Municipal de Ipatinga promoveu, na tarde da última sexta-feira (28), uma audiência pública para discutir a viabilidade de construção do Hospital Regional do Vale do Aço. A iniciativa, decorrente do requerimento nº 35/2025 do vereador Léo Enfermeiro, teve como foco a saturação da atual infraestrutura hospitalar, que hoje atende não apenas o município, mas todo o Colar Metropolitano e cidades vizinhas. O encontro reuniu deputados, prefeitos, representantes do Ministério Público e lideranças da sociedade civil.
Foto: Divulgação
Na abertura dos trabalhos, o vereador Léo Enfermeiro descreveu o cenário observado nas unidades de urgência locais, como a UPA e o Hospital Municipal, citando superlotação, pacientes em corredores e improvisos no atendimento básico. Segundo o parlamentar, situações como banhos de leito em locais impróprios motivaram o pedido de debate público sobre a criação de uma unidade regional de alta complexidade.
O vereador ressaltou que a mobilização busca colocar o Vale do Aço em patamar semelhante a outras regiões de Minas Gerais que já contam com hospitais regionais, destacando o caráter suprapartidário da proposta e a importância de ampliar a oferta de serviços especializados com mais qualidade e humanização.
Déficit de leitos e pressão sobre a rede existente
Durante a audiência, foram apresentados dados que dimensionam o gargalo na saúde pública da macrorregião. Cleverson Felício, presidente do Conselho Municipal de Saúde de Ipatinga, informou que a área abrangida soma cerca de 790 mil habitantes e enfrenta um déficit estimado de 100 leitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com os números apresentados, o Hospital Márcio Cunha, principal referência da região, opera acima da capacidade há pelo menos um ano, absorvendo a demanda de até 35 municípios. Esse cenário reforçou, entre os presentes, a avaliação de que a atual rede hospitalar não comporta o volume de atendimentos de média e alta complexidade.
Hospital Dia em Santana do Paraíso e limitações da proposta
A mesa de honra, formada pela deputada federal Rosângela Reis e pelo deputado estadual Celinho do Sinttrocel, discutiu alternativas já em andamento, como a construção do chamado “Hospital Dia” em Santana do Paraíso, financiado com recursos da repactuação do acordo de Mariana. Os parlamentares apontaram a importância da nova unidade para procedimentos de baixa complexidade, mas houve consenso técnico de que a iniciativa não substitui a necessidade de um Hospital Regional.
Cleverson Felício observou que o “Hospital Dia” terá funcionamento técnico até as 19h, o que tende a manter a pressão sobre a rede de urgência em casos de intercorrências no período noturno. Já o promotor de justiça Rafael Pureza reforçou que a demanda por saúde na região é crescente e defendeu um pacto regional entre os poderes para viabilizar uma unidade de alta complexidade destinada a desafogar o sistema.
Demandas por acessibilidade e melhorias no atendimento básico
O debate também contemplou reivindicações de inclusão e qualidade no atendimento básico. Sheila Bianca, presidente da Associação dos Surdos de Ipatinga (ASIPA), criticou a ausência de acessibilidade na rede atual, alertando que a simples construção de novos equipamentos de saúde será insuficiente para a comunidade surda sem a presença de intérpretes de LIBRAS.
Segundo ela, a falta de comunicação adequada expõe pacientes a riscos de erros médicos e negligências, tornando a acessibilidade um ponto urgente e obrigatório a ser incorporado em qualquer projeto de expansão da rede.
Moradores que acompanharam a audiência utilizaram a tribuna para relatar problemas cotidianos nas unidades de pronto atendimento, como a falta de insumos básicos, a exemplo de dipirona. As manifestações cobraram fiscalização imediata e ações paralelas aos planos de criação do Hospital Regional.
Encaminhamentos e articulação política
Ao fim da audiência, o vereador Léo Enfermeiro classificou o encontro como um passo inicial estratégico, comparando a mobilização em torno do Hospital Regional à luta histórica pela implantação da faculdade de medicina federal na região. De acordo com o parlamentar, os encaminhamentos serão levados às esferas estadual e federal, com o objetivo de incluir o projeto no planejamento de saúde de Minas Gerais.
Na avaliação do vereador, o debate público realizado na Câmara marca o início de um processo político e técnico para estruturar a proposta, articulando municípios, parlamentares e órgãos de controle em torno da criação de um hospital de alta complexidade para o Vale do Aço.
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