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Caminhoneiros articulam paralisação nacional para cobrar melhores condições de trabalho

Categoria prepara atos em vários estados na próxima quarta-feira (4) para pressionar por mudanças em remuneração, segurança nas estradas, legislação do transporte de cargas e infraestrutura viária

01/12/2025 às 13:26 por Redação Plox

Caminhoneiros de diferentes regiões do país organizam uma paralisação nacional na próxima quarta-feira (4), com atos previstos em vários estados. Segundo representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística, a mobilização é apresentada como suprapartidária e tem como eixo central a cobrança por melhorias estruturais e nas condições de trabalho da categoria.

Caminhoneiros organizam uma paralisação geral e dizem que a mobilização não tem relação com Bolsonaro, pois consideram o assunto encerrado

Caminhoneiros organizam uma paralisação geral e dizem que a mobilização não tem relação com Bolsonaro, pois consideram o assunto encerrado

Foto: Freepik)


Na semana anterior, parte dos motoristas tentou articular uma greve em reação à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por tentativa de golpe de Estado. A iniciativa, porém, teve baixa adesão e acabou esvaziada antes de se consolidar.

Foco em condições de trabalho, remuneração e segurança

Em entrevista, o caminhoneiro Daniel Souza, influenciador digital com quase 100 mil seguidores no TikTok e um dos articuladores da greve de 2018, afirmou que o objetivo agora é recentrar o debate nas pautas históricas da categoria: condições de trabalho, remuneração e segurança nas estradas.

O Brasil ficou praticamente parado nos últimos anos por conta dessa situação. Como a questão do Bolsonaro já acabou, precisamos voltar à realidade do país. A realidade dos caminhoneiros é precária: baixa remuneração, leis impossíveis de cumprir sem estrutura, falta de segurança nas rodovias. O respeito com a nossa classe acabou — Daniel Souza

Principais reivindicações da categoria

Entre as principais demandas do movimento estão a estabilidade contratual, a garantia de cumprimento das leis que regulam a profissão e a reformulação do Marco Regulatório do Transporte de Cargas. A categoria também pressiona pela revisão do Marco Legal do Transporte Rodoviário de Cargas.

Outra reivindicação é a criação de uma aposentadoria especial para motoristas que comprovem 25 anos de atividade, seja por meio de vínculo formal com recolhimento previdenciário, seja pela emissão de documento fiscal que comprove o trabalho ao longo do período.

Fiscalização, jornada e infraestrutura nas rodovias

Os caminhoneiros ainda pedem a reestruturação de pontos da legislação que tratam da fiscalização do transporte e da regulamentação das condições operacionais, com ênfase em jornadas de trabalho, segurança e infraestrutura das rodovias sob gestão pública e privada.

Risco de impacto em cargas essenciais e busca por diálogo

Representantes sindicais avaliam que a paralisação tem potencial para afetar a circulação de cargas essenciais, caso a adesão seja significativa. Ao mesmo tempo, afirmam que buscam manter canais de negociação com o Ministério dos Transportes e com a Agência Nacional de Transportes Terrestres, na tentativa de reduzir impactos logísticos e avançar em possíveis acordos.

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