O que acontece com o fígado quando paramos de beber bebida alcóolica?

Especialistas revelam a capacidade de regeneração hepática e os riscos do consumo excessivo

Por Plox

02/02/2024 12h42 - Atualizado há mais de 1 ano

O fígado humano, destacado por sua capacidade extraordinária de regeneração, emerge como um órgão vital para a manutenção da saúde, desempenhando um papel crucial na desintoxicação do corpo, especialmente na metabolização de substâncias nocivas como o álcool. Esta característica única, reminiscente do mito grego de Prometeu, cujo fígado era devorado diariamente e regenerava-se, destaca a importância e a resiliência deste órgão diante dos danos causados pelo consumo excessivo de álcool.

Foto: Plox

 

A hepatologia, a especialidade médica focada no estudo do fígado, tem demonstrado que as consequências do abuso alcoólico vão desde o acúmulo de gordura até a formação de tecido cicatricial, condições que avançam silenciosamente até estágios graves, como a cirrose. Essa doença, caracterizada por cicatrizes extensas que comprometem a função hepática, pode levar a complicações severas, incluindo icterícia, inchaço por retenção de líquidos, sonolência e confusão mental, podendo ser fatal.

O alerta é claro para aqueles que consomem mais de 14 unidades de álcool por semana, equivalente a cerca de seis litros de cerveja ou seis taças de vinho, pois estes estão em risco de desenvolver depósitos de gordura no fígado, que podem evoluir para cicatrizes e, eventualmente, cirrose.

Entretanto, a notícia encorajadora vem da capacidade de recuperação do fígado: indivíduos com acúmulo de gordura hepática podem ver uma melhora significativa após duas a três semanas sem ingestão de álcool. Mesmo aqueles com inflamação ou cicatrizes leves podem experimentar reduções notáveis em gordura, inflamação e cicatrizes após apenas uma semana de abstinência.

Esta evidência científica ressalta a importância de moderar o consumo de álcool e reconhecer os sinais de alerta de danos ao fígado. A resiliência do fígado oferece uma janela de oportunidade para a recuperação, mas é crucial lembrar que essa capacidade não é ilimitada. A prevenção, a conscientização e a intervenção precoce são fundamentais para preservar a saúde hepática e geral.

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