Após liberação da maconha, Uruguai vive explosão de violência

Especialistas na área atribuem essa triste condição à liberação da maconha

Por Plox

02/03/2019 10h04 - Atualizado há cerca de 5 anos

O Uruguai, diferentemente de seus vizinhos da América Latina, ostentava baixos índices de violência. Agora, o país assiste a uma explosão desses índices, com assustadores números de homicídios.

Especialistas na área atribuem essa triste condição à liberação da maconha, ocorrida há cerca de cinco anos. Mas as farmácias só começaram a vender a droga em julho de 2017, coincidindo com o momento em que houve o aumento da violência.

A Fundapro (Fundação Propostas) divulgou dados que contabilizam um aumento de 35% no número de homicídios ocorrido em 2018, em relação ao ano anterior. Por esses dados, 11,2 assassinatos por 100 mil habitantes, a taxa de homicídios do Uruguai passa a ser considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como violência epidêmica.

Esses números se baseiam em notícias de homicídios divulgadas pela imprensa, já que governo uruguaio ainda não divulgou os números oficiais.

image(Foto: divulgação)

Defensores da maconha não acreditam que ela seja o motivo

O ex presidente uruguaio, José Mujica, em seu governo, patrocinou a liberação da maconha, afirmando que assim o país teria diminuição da violência. Suas ideias são defendidas pelo atual governo. Eduardo Bonomi, ministro do Interior uruguaio, afirma que o aumento da violência não tem relação com a liberação da maconha no país. Ele diz acreditar que a maioria dos homicídios ocorridos nesse período se deve aos enfrentamentos entre os criminosos.

No Brasil, também existem seguidores das duas opiniões. Os partidos considerados de esquerda, PT, PCdoB, Psol e outros, defendem abertamente a liberação da maconha também para o país. A ideia de liberar a droga fazia parte, inclusive, das propostas, do candidato petista à presidência, Fernando Haddad, derrotado pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PSL).

A candidata a vice da chapa petista, Manuela D'Ávila, em vários momentos, disse que, em seus projetos, a droga seria liberada e taxada com impostos, que poderiam ser muito úteis para o país.

Já o ministro brasileiro da Cidadania, Osmar Terra, é um crítico a ideia de liberação da maconha. Na rede social, ele deixa bem claro a sua posição. "Quem não vê relação entre o aumento de mortes violentas e a liberação da maconha deve procurar todas as declarações do [ex-] presidente [José] Mujica na época em que patrocinou a liberação, todas, sem exceção, garantindo que liberando a maconha diminuiria a violência no Uruguai!", afirmou em sua conta no no Twitter.

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