Policial militar reformado é denunciado pelo homicídio qualificado de advogado em Ipatinga

Denúncia do Ministério Público aponta que crime foi motivado por disputa judicial pela guarda de neto do autor

Por Plox

02/03/2023 13h55 - Atualizado há mais de 1 ano

O Ministério Público do Estado de Minas Gerais apresentou uma denúncia contra J.P. dos R., policial militar reformado de 65 anos, por homicídio qualificado consumado e porte ilegal de arma de fogo. Segundo a denúncia, em 15 de fevereiro de 2023, por volta das 7h35min, o denunciado matou Anderson Clayton Nunes Ferreira, com disparos de arma de fogo próximo ao Museu Estação Memória, localizado na Rua Belo Horizonte, Centro, em Ipatinga, Minas Gerais.

De acordo com os autos do inquérito policial, o denunciado, que é avô do filho da vítima, teria assassinado Anderson por motivo torpe. Ele não aceitava que a vítima obtivesse a guarda de seu neto. O caso estava em processo judicial na Comarca de Joinville/SC, onde a filha do acusado e mãe da criança, também pleiteava a guarda do filho.

O denunciado teria esperado a vítima em uma rua próxima ao escritório de advocacia da vítima. Ao ver Anderson, o acusado sacou uma arma de fogo, um revólver calibre .38, e correu em direção a ele. A vítima tentou fugir, mas tropeçou e caiu ao solo, momento em que o denunciado se aproximou e efetuou o primeiro disparo em direção à vítima, atingindo-o no peito. Em seguida, o acusado efetuou um segundo disparo, atingindo a cabeça da vítima.

Após a execução do crime, o denunciado evadiu-se do local, mas foi localizado e preso pela Polícia Militar nas proximidades do Supermercado Bretas no centro da cidade, portando a arma de fogo utilizada no homicídio. O crime foi cometido em plena luz do dia, em via pública, em horário em que a população saía para trabalhar e na presença concreta de dezenas de pessoas.

Além do homicídio qualificado consumado, o denunciado também foi acusado de porte ilegal de arma de fogo. Segundo a denúncia, o acusado portava a arma sem registro legal há aproximadamente trinta anos. Ele confessou ter vindo de Joinville/SC com a referida arma.

A denúncia foi apresentada com base no artigo 129, I, da Constituição da República, c/c art. 41 do Código de Processo Penal, e com base no inquérito policial que apurou os fatos. O Ministério Público do Estado de Minas Gerais requereu a oitiva das testemunhas arroladas, bem como o interrogatório do denunciado. Em seguida, pediu que ele seja pronunciado nas imputações deduzidas, conforme o rito relativo aos crimes dolosos contra a vida, nos termos do artigo 406 e seguintes do CPP. Além disso, requereu a condenação do denunciado a cumprir as penas cabíveis e a reparar os danos materiais e morais causados pelos familiares da vítima.

Saiba quem é o advogado assassinado em Ipatinga

Assista: 

Anderson tinha 12 anos de experiência na área de Recursos Humanos, além de ter atuação na área de Relações Trabalhistas. Ele exercia atividade de advogado e Consultor Jurídico como autônomo, atuando com demandas processuais nas áreas Cível, Consumidor, Família, Trabalhista e Previdenciário.

 

Formação Acadêmica

Graduado em Direito pela Faculdade de Direito de Ipatinga - FADIPA (2017) - Advogado inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil/MG sob nº 180.428; Possui Especialização em Gestão Estratégica de Recursos Humanos pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - UNILESTE/MG (2010); Possui Graduação em Administração de Empresas pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - UNILESTE/MG (2009). Mestrando pela Faculdade UNIDA de Vitória/ES.

 

O crime

o advogado foi baleado nesta manhã, próximo à Estação Memória, no Centro de Ipatinga e ficou caído na calçada. Segundo a Polícia Militar (PM), durante patrulhamento na região central, os policiais receberam informações sobre um homicídio na Rua Belo Horizonte e foram até o local, para averiguar a informação. Ao chegarem, viram Anderson caído ao solo.

Os policiais realizaram o isolamento do local e uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) constatou o óbito. A perícia técnica da Polícia Civil esteve no local e realizou os trabalhos de praxe, liberando o corpo, que foi levado ao Instituto Médico Legal (IML).

Foto: reprodução/ WhatsApp

 

Durante as diligências, os militares fizeram contato com um irmão do advogado, que disse aos policiais não saber de nenhuma desavença do irmão com o suspeito. Ele apenas disse que Anderson estava em processo de separação com a filha do acusado.

Uma testemunha disse aos policiais para onde o suspeito teria ido e os militares iniciaram o rastreamento para encontrar o acusado. No rastreamento, ele foi encontrado próximo de um supermercado e abordado pelos militares.

Com o idoso foi localizada uma arma de fogo, provavelmente utilizada para efetuar os disparos. Consta no boletim de ocorrência que, ao ser questionado pelos militares, o idoso assumiu a autoria dos disparos contra o advogado e afirmou que Anderson era seu genro.

A Polícia Militar está no local. Foto: reprodução/ WhatsApp

 

O idoso também relatou aos policiais que a motivação do crime seria desavenças familiares, pois sua filha foi casada com o advogado por 10 anos e, durante esse período, foi vítima de violência doméstica praticada de diversas.

O acusado disse aos policiais que mora em Joinville-SC e que está no município desde novembro. Inicialmente estava na cidade para fazer tratamento odontológico e oftalmológico, ficando na casa de uma sobrinha. A respeito dos fatos ocorridos na manhã de hoje, ele ficou calado e não se pronunciou.

Diante dos fatos, foi dada voz de prisão ao idoso em flagrante, por homicídio e porte ilegal de arma de fogo. A ocorrência foi registrada para demais providências.

 

Vídeo

Uma câmera de segurança gravou o crime. Veja:

Correção: No vídeo é citado por uma vez que o crime ocorreu no domingo. Informação corrigida logo depois. 

 

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