PRF afasta agentes indiciados após chacina em Varginha

Em outubro de 2021, uma operação policial em Varginha, Minas Gerais, que visava desarticular uma quadrilha suspeita de planejar um assalto a banco, resultou na morte de 26 pessoas. A Polícia Federal (PF) indiciou 39 policiais, entre militares e rodoviários federais, por homicídio qualificado, tortura e fraude processual, após evidências de "possíveis excessos" durante a ação.

A corregedoria da Polícia Rodoviária Federal (PRF) determinou o afastamento de 23 agentes envolvidos, segundo documento assinado por Vinicius Behrmann Bento, corregedor-geral da PRF. Os agentes foram remanejados para funções que não envolvem atividades operacionais, conforme indicação do inquérito da PF. A decisão foi comunicada às superintendências estaduais da PRF.

O inquérito da PF revelou que, na ação, foram disparados cerca de 500 tiros por agentes de segurança, com 300 cartuchos encontrados pela perícia, enquanto apenas 20 disparos foram atribuídos aos criminosos. Há, também, indícios de que policiais efetuaram tiros simulados, aumentando as suspeitas de irregularidades na operação.

A tragédia se desdobrou quando uma caminhonete da PRF invadiu o portão de uma propriedade em Varginha, surpreendendo os ocupantes que, segundo a PF, eram integrantes de uma quadrilha. A abordagem policial, realizada de maneira abrupta e com uso intenso de força, não deu chance de defesa aos presentes, resultando em um elevado número de mortos.