Brasil teme prejuízos com novo tarifaço de Trump nos EUA

Na tarde desta quarta-feira (2), está previsto um anúncio do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pode trazer consequências diretas para a economia brasileira. Intitulado por ele como o “Dia da Libertação”, o pacote de novas tarifas será revelado às 17h, no horário de Brasília, em um evento marcado para o jardim da Casa Branca.

Foto: Presidência

O clima no mercado financeiro internacional já foi afetado apenas com a expectativa da fala do republicano, que promete medidas imediatas de proteção à indústria americana. Segundo informações da agência AFP, uma das possibilidades consideradas por Trump é a adoção de uma tarifa única de 20% sobre todas as importações, com exceções e condições preferenciais para países selecionados.

Desde o início de seu segundo mandato, Trump já aumentou taxas para produtos oriundos da China, além de segmentos específicos do México, do Canadá e sobre aço e alumínio de múltiplas origens. Agora, a preocupação do governo brasileiro é com o possível efeito cumulativo dessas tarifas, em especial nas exportações de aço, alumínio e autopeças.

Dados oficiais dos Estados Unidos apontam que o Brasil está entre os três principais fornecedores de aço para o país, ao lado de México e Canadá. Em 2024, o volume exportado somou US$ 2,66 bilhões. Já no setor de componentes automotivos, as exportações brasileiras alcançaram US$ 1,3 bilhão no mesmo ano, valor que também pode ser afetado com as novas medidas norte-americanas.

O governo Lula acompanha com atenção os desdobramentos, uma vez que as negociações com os EUA, na tentativa de reverter as tarifas anteriores, não avançaram. Diante disso, o Congresso Nacional tenta aprovar uma legislação de reciprocidade para produtos americanos, embora o impacto dessa proposta ainda seja incerto na balança comercial.

Na véspera do anúncio, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, reforçou que as medidas de Trump entrarão em vigor imediatamente. Segundo o ex-presidente, a taxação sobre produtos estrangeiros visa garantir a retomada do protagonismo da indústria dos Estados Unidos, embora especialistas alertem para um possível aumento de preços aos consumidores e, com isso, o risco de recessão econômica.

O cenário se apresenta tenso, tanto para os setores produtivos quanto para o comércio exterior brasileiro, que aguarda os detalhes do anúncio americano para calcular os impactos reais sobre o país.