Mais de 500 pessoas foram presas em Minas por violência contra a mulher em março
Operação Aurora mobilizou mais de 21 mil agentes e atendeu 13 mil vítimas em todo o estado
Por Plox
02/04/2025 07h27 - Atualizado há 22 dias
A força-tarefa de enfrentamento à violência contra a mulher, batizada de Operação Aurora, resultou na prisão de 535 pessoas em Minas Gerais somente durante o mês de março. Desse total, 93% foram flagrantes, segundo balanço divulgado nesta semana pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Também foram apreendidos nove adolescentes envolvidos em atos semelhantes.

A operação, de caráter estadual e multidisciplinar, foi desencadeada para intensificar o combate a crimes de gênero. Mais de 21 mil profissionais e 5 mil viaturas foram mobilizados, promovendo um esforço conjunto que totalizou 5.339 diligências e 13.333 atendimentos a vítimas.
Armas apreendidas e mandados cumpridos
Durante as ações, as forças de segurança cumpriram 73 mandados de busca e apreensão, que resultaram na retirada de circulação de 31 armas de fogo e 30 armas brancas, potencialmente utilizadas em crimes domésticos e agressões.
Prevenção e conscientização
Além da repressão, a Operação Aurora se destacou pelas ações educativas. Foram realizadas 1.998 atividades preventivas, como palestras e distribuição de materiais informativos, alcançando mais de 40 mil pessoas em diversas regiões do estado. O objetivo é fortalecer a conscientização popular sobre formas de denunciar e de acolher vítimas de agressão.
Denúncias e apoio às vítimas
A confiança da população no trabalho das forças de segurança também foi evidenciada no volume de denúncias: 439 registros chegaram pelo Disque Denúncia Unificado (181) e outros 198 por diferentes canais. Para garantir o acolhimento das vítimas, foram realizadas 1.429 visitas tranquilizadoras a mulheres em situação de vulnerabilidade.
No período da operação, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) registrou mais de 14 mil boletins de ocorrência, instaurou 1.936 inquéritos policiais, concluiu 1.397 e solicitou 127 medidas cautelares. A perícia oficial também teve papel fundamental, com a realização de 499 exames de lesão corporal e 97 exames de violência sexual.
Participação integrada
A Operação Aurora contou com a participação de diversas instituições, entre elas:
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Sejusp
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Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese)
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Polícia Militar (PMMG)
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Polícia Civil (PCMG)
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Corpo de Bombeiros (CBMMG)
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Ministério Público de Minas Gerais (MPMG)
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Defensoria Pública (DPMG)
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Polícia Rodoviária Federal
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Guarda Municipal de Belo Horizonte
Atuação judicial
O Ministério Público de Minas Gerais atuou ativamente no processo judicial, com a condução de 4.910 medidas protetivas, participação em 1.178 audiências criminais, apresentação de 386 denúncias e peticionamento de 18 medidas protetivas. Ainda no âmbito judicial, três sessões de júri relacionadas a casos de feminicídio foram realizadas no período.
A Defensoria Pública do Estado também teve participação expressiva, realizando 1.991 atendimentos a mulheres e distribuindo 16 Medidas Protetivas de Urgência (MPUs).