Faixas azuis de segurança não impedem mortes de motociclistas em São Paulo

A Prefeitura de São Paulo confirmou nesta quinta-feira, 2 de maio, que ocorreram quatro fatalidades envolvendo motociclistas nas avenidas onde as faixas azuis foram implementadas, destinadas à segurança dos motociclistas. Os acidentes fatais ocorreram na Avenida dos Bandeirantes, com três mortes, e na Avenida 23 de Maio, com uma morte.

Detalhes dos incidentes indicam que na Avenida dos Bandeirantes, um dos motociclistas perdeu a vida ao avançar o sinal vermelho durante uma tentativa de fuga de um assalto em dezembro de 2023. Outro acidente em fevereiro de 2024 resultou em morte após um mês de socorro hospitalar. Em abril, um motociclista e seu garupa foram vítimas fatais após colisão com dois carros. Na Avenida 23 de Maio, a fatalidade ocorreu fora da faixa azul, quando uma moto colidiu com um caminhão nas primeiras horas da manhã.

As faixas azuis foram uma aposta da gestão municipal para aumentar a segurança no trânsito para motociclistas, tendo sido inicialmente implementadas como um projeto piloto na Avenida dos Bandeirantes em agosto de 2022, e na Avenida 23 de Maio em janeiro do mesmo ano, período em que não foram registradas mortes de motociclistas nessas localidades até os recentes incidentes.

Expansão das faixas azuis continua

Apesar dos recentes acidentes, a Prefeitura de São Paulo continua com o plano de expansão das faixas azuis, inaugurando mais 8,1 km de faixas nesta quinta-feira. As novas seções incluem os corredores Washington Luís e Santos Dumont, a Rua Santa Eulália na Zona Norte, e o Túnel Ayrton Senna na Zona Sul, elevando para 98,2 km o total de faixas azuis na cidade.

Recorde de mortes de motociclistas

O primeiro trimestre de 2024 marcou um triste recorde para a cidade, com 108 motociclistas perdendo a vida, um aumento de 25,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Especialistas apontam o crescimento do número de motocicletas em circulação como uma das causas principais desse aumento.

Luiz Vicente Mello, especialista em mobilidade urbana, destaca a importância da conscientização e da engenharia de tráfego na prevenção de acidentes. Segundo ele, além da expansão das faixas azuis, é essencial investir em educação para os condutores e intensificar a fiscalização para garantir o cumprimento das leis de trânsito.