Frota de ônibus suplementares em Belo Horizonte sofre redução de 25 veículos

Permissionários enfrentam vencimento de contratos e organizam carreata para reivindicar negociações com a prefeitura

Por Plox

02/05/2024 12h44 - Atualizado há 10 meses

Os permissionários do transporte suplementar de Belo Horizonte, conhecidos como operadores dos "ônibus amarelinhos", estão enfrentando uma redução significativa na frota. A partir desta sexta-feira (03), o número de ônibus em circulação cairá de 245 para 220. Esta mudança ocorre devido ao vencimento de 23 contratos de permissionários, incluindo viúvas e filhos de antigos operadores, além da desistência de dois motoristas que optaram por abandonar suas permissões.

Foto: Divulgação/PBH

Esses contratos estão expirando em um contexto onde, tradicionalmente, muitos permissionários abandonam a operação por não conseguirem sustentar financeiramente suas atividades. Em uma tentativa de contornar a escassez de operadores, a Prefeitura de Belo Horizonte convocou, em setembro de 2023, os suplentes de um credenciamento realizado em 2016, resultando na adição de apenas 13 novos operadores que completaram o processo legal necessário para começar a circular.

A situação chegou a um ponto crítico onde os permissionários, descontentes com a falta de diálogo com a prefeitura e a BHTrans, planejam uma manifestação. Uma carreata está marcada para ocorrer em frente à sede da prefeitura nesta sexta-feira. "A negociação com a prefeitura é péssima. O prefeito não nos recebe, não fala conosco, não atende os nossos representantes. É impossível uma negociação com ele, e por isso amanhã vai ter uma carreata até a porta da prefeitura", disse Sueli Texeira, uma das viúvas afetadas pelo vencimento do contrato.

Os permissionários expressam preocupação significativa com o futuro de suas atividades, dado que a renovação de contratos não é uma opção sem um novo processo licitatório, que não ocorre desde 2026. Sueli Texeira, que opera o serviço junto com sua filha há 10 anos, destacou as dificuldades que enfrentarão se forem forçadas a deixar o serviço. "Se nós sairmos, será duas novas desempregadas na mesma família. Os nossos ônibus a gente vai ter que vender para quitar as dívidas que a gente têm", explicou.

O sistema de ônibus suplementares em Belo Horizonte permite que veículos operem em linhas que não são atendidas regularmente pelos ônibus convencionais, facilitando o acesso a bairros, vilas e favelas. Com a morte ou incapacidade dos proprietários originais, os contratos são normalmente transferidos para seus herdeiros. Apesar das manifestações e da extensão temporária dos contratos através de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), o vencimento final dos contratos ameaça a continuidade desse serviço essencial.

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