Bolsonaro cogita presença em ato pró-anistia mesmo internado
Mesmo ainda hospitalizado, ex-presidente conversou por vídeo com apoiadores e afirmou que poderá comparecer à manifestação do dia 7 de maio
Por Plox
02/05/2025 18h45 - Atualizado há cerca de 20 horas
Mesmo ainda internado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (1º) que pode marcar presença na manifestação marcada para o próximo dia 7 de maio, em Brasília, em apoio à anistia dos condenados pelos atos do dia 8 de janeiro de 2023. A declaração foi feita durante uma chamada de vídeo com apoiadores, cujo registro foi divulgado pelo portal Metrópoles.

Após receber alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na última quarta-feira (30), Bolsonaro segue em recuperação no Hospital DF Star, na capital federal. Ele está internado desde o dia 13 de abril, quando passou por uma cirurgia de 12 horas para retirada de aderências no intestino e reconstrução da parede abdominal.
Durante a conversa, Bolsonaro demonstrou otimismo com sua recuperação e mencionou a possibilidade de, a partir de sábado (3) ou domingo (4), deixar os equipamentos médicos e retomar a alimentação normal.
“Mais uma semana em casa e eu volto à normalidade. Acredito que pelo menos lá na torre [de televisão em Brasília, local da manifestação] eu me faço presente, se estiver bem”
, declarou.
O ex-presidente também recomendou que a manifestação seja pacífica e sem ataques direcionados. Segundo ele, o objetivo é promover um ato tranquilo, que não envolva excessos ou confrontos. “Não vou falar que vai ter muita gente, porque é uma caminhada até a região da Esplanada [dos Ministérios], não é uma concentração. Vão ter lá umas 2 mil pessoas, é mais do que suficiente”, disse.
Essa será a primeira grande mobilização política na capital desde a invasão às sedes dos Três Poderes, em janeiro de 2023. O ato do próximo dia 7 tem como objetivo pressionar a Câmara dos Deputados para votar um projeto de lei que concede anistia total aos envolvidos nos eventos daquele dia.
Enquanto isso, uma alternativa está sendo discutida nos bastidores do Congresso Nacional. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), tem articulado a criação de um projeto para reduzir as penas dos condenados. Essa proposta, que está sendo negociada com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), visa encontrar um meio-termo.
Entre as possibilidades avaliadas está o aumento das punições para aqueles considerados organizadores de tentativas de golpe, ao mesmo tempo em que se busca reduzir as penas de quem teve participação considerada menor. As sentenças atuais, impostas pelo STF, chegam a até 17 anos de prisão.
Lideranças da Câmara também têm mantido diálogo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros do STF para buscar um consenso em torno de mudanças nas penalidades, em uma tentativa de promover a pacificação do cenário político e social do país.
A presença de Bolsonaro no ato ainda depende da evolução de seu estado de saúde nos próximos dias, mas a expectativa do ex-presidente e de seus apoiadores é que ele esteja ao menos simbolicamente presente no local.